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Garotinho e Rosinha dizem que Diniz foi indicação do PT
Do Diário OnLine
14/02/2004 | 16:39
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O ex-governador do Rio de Janeiro e atual secretário de Segurança Pública do Estado, Anthony Garotinho (PMDB), afirmou neste sábado que Waldomiro Diniz, pivô do primeiro escândalo de corrupção envolvendo o governo Lula, foi uma indicação do PT para integrar o Executivo fluminense. A mesma versão foi confirmada pela atual governadora e esposa de Garotinho, Rosinha Matheus (PMDB). Ela ainda negou ter sido beneficiada na campanha eleitoral com dinheiro arrecadado por Diniz junto ao bicheiro Carlos Augusto Ramos ('Carlinhos Cachoeira').

Garotinho e Rosinha comentaram o escândalo envolvendo Diniz assim que desembarcaram no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Rio), na volta da viagem oficial que fizeram a Israel. Os dois destacaram a ligação do assessor demitido do Palácio do Planalto com o ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu, responsável por levá-lo ao governo federal. "Ele é amigo do Dirceu. Ele é da cota do PT", afirmou Rosinha.

Garotinho explicou que Waldomiro Diniz passou a trabalhar para o governo do Rio após a recusa de Cristovam Buarque (ex-ministro e hoje senador) em assumir a secretaria de Educação fluminense. O ex-governador alegou que a contratação do assessor suspeito de corrupção ocorreu "dentro dos entendimentos que estavam sendo feitos com o PT" para uma coligação eleitoral. "Quando o PT saiu do governo Garotinho, algumas pessoas permaneceram", explicou Rosinha.

Foi na condição de presidente da empresa Loterias do Rio de Janeiro (Loterj) que Diniz negociou com Carlinhos Cachoeira o pagamento de verbas que favoreceriam as campanhas de Rosinha e dos petistas Benedita da Silva (candidata derrotada ao governo do Rio) e Geraldo Magela (candidato derrotado ao governo do Distrito Federal).

Rosinha, na entrevista concedida neste sábado, negou categoricamente ter recebido dinheiro de Diniz e disse que ele não trabalhava em seu nome. "Em momento nenhum o senhor Waldomiro fez parte da minha equipe", defendeu-se. "Esse é um problema que deve preocupar ao Lula e ao José Dirceu. Não a nós."

A governadora ainda adiantou que vai processar Diniz, caso fique comprovado que o assessor negociou propina para favorecê-la na campanha eleitoral. "Se for confirmado, eu terei de processá-lo, porque ele não fez parte da minha campanha."

O secretário e a governadora também foram unânimes em cobrar uma investigação rigorosa no caso. Em seu programa semanal de rádio, 'Encontro Marcado com o Garotinho', o secretário de Segurança e ex-governador defendeu o afastamento do ministro da Casa Civil, de quem Diniz era amigo e assessor direto. "Se eu fosse o Presidente da República, afastava o José Dirceu."




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