É de alarmar a constatação de que, em cinco anos, o número de notificações de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) tenha aumentado 53% no Grande ABC, como noticiado neste Diário. Houve registro de 3.830 casos em 2017, contra 2.501 em 2013. Os dados foram repassados por seis prefeituras da região, exceção à de Rio Grande da Serra, e incluem ocorrências de Aids/HIV, sífilis e hepatites virais.

O crescimento dos casos é consequência da falta de proteção – ou uso do preservativo – durante o sexo. Chama atenção o fato de a maior parte dos infectados, no caso do HIV, ser de homens jovens, o que para o infectologista responsável pelo Armi (Ambulatório de Referência para Moléstia Infecciosas) de Santo André, Humberto Onias, demonstra a falta de conhecimento dos mais novos em relação à morte da maioria dos contaminados não muito tempo atrás.

Além da falta de informação, há de se considerar o excesso de confiança e, por que não, irresponsabilidade de muitas pessoas que simplesmente ignoram os métodos de proteção, levando em conta a evolução dos tratamentos e a queda no número de óbitos.

Mas, como destaca outro especialista, Alexandre Yamaçake, coordenador do programa IST (Infecções de Transmissão Sexual Aids e Hepatites Virais), apesar de existir tratamento – contínuo e com efeitos colaterais –, não se pode banalizar a situação e deve-se, sim, reforçar os métodos de prevenção para não contrair agravos, “pois nem todos são curáveis”.

Além do preservativo, distribuído gratuitamente em todas as UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da região, o SUS (Sistema Único de Saúde) disponibiliza medicamentos que podem ser utilizados antes e após a exposição ao vírus. Os métodos evitam que ele se fixe no organismo do paciente.

Portanto, fica evidente a disponibilidade de opções para evitar o contágio das doenças sexualmente transmissíveis. Resta ao cidadão consciência sobre os perigos de contrair qualquer uma delas e atitude para orientar os que não se previnem.