Crônica é um jeito de contar e comentar algo ao mesmo tempo. É texto pequeno, com pitadas de humor, leve ironia e linguagem simples, bem popular. Fala sobre o cotidiano, situações pelas quais todos passam em algum momento da vida. E o mundo agora está vivendo e tendo olhares diferentes sobre o mesmo evento: a Copa. Para estimular a leitura e, principalmente, a escrita de um dos gêneros literários mais importantes – o favorito de grandes nomes como Rubem Alves, Nelson Rodrigues, Luís Fernando Veríssimo e Caio Fernando Abreu, por exemplo –, a escritora Fernanda de Aragão, 41 anos, resolveu convocar interessados a alimentarem o site www.cronicasdacopa.com.br durante toda a competição mundial. Até agora, depois de 21 dias de bola rolando, já foram enviados mais de 50 textos.

“Resolvi juntar duas paixões (esportes e crônicas) em um mesmo projeto. É tipo de texto muito popular por ter origem nos jornais e nas revistas. E a crônica e o futebol sempre andaram unidos. Acho que falta a crônica ser novamente usada no estilo original dela. Quis incentivar isso e me surpreendi com o retorno”, conta Fernanda, que em 2010 recebeu prêmio da União Brasileira de Escritores na categoria mulheres cronistas. Participam do banco de textos pessoas com várias profissões e, principalmente, visões diferentes sobre a competição. Até de quem não gosta muito de futebol.

A escritora Fátima El Kadri, 34, moradora de Santo André, contribuiu com a crônica Desapego, em que relata seu desinteresse e, ao mesmo tempo, interesse pela Copa do Mundo. Em trecho do texto, ela diz: ‘Sei que parece difícil entender, mas é a mais pura verdade, não ligo para futebol. É que treino é treino, jogo é jogo e Copa é onde todos os corações são um só, mesmo que a gente não queira’.

A andreense conta que, apesar de não ligar para o esporte, ficou interessada imediatamente pelo projeto. “Queria mostrar esse lado das pessoas que não são tão apaixonadas assim por futebol, mas acabam se envolvendo de alguma maneira. Além disso, falar sobre o cotidiano é exercício sempre bacana, porque acontecimentos que parecem banais podem virar grandes histórias, dependendo de como se escreve sobre eles. A crônica possui olhar único de quem relata, é gênero que deveria ser mais explorado por todos”, conta a escritora, que sonha lançar romance e um livro de contos.

PARA PARTICIPAR
O jogo de futebol só acaba no apito final. Mas, para o projeto Crônicas da Copa, vai ter mais do que prorrogação e pênaltis. O site deve receber textos até alguns dias depois do fim da competição, em 15 de julho. “Assim dá tempo de os cronistas prepararem belos textos sobre o grande desfecho. Além disso, o site vai ficar no ar para todos terem essas memórias durante os próximos quatro anos, até a próxima Copa do Mundo, quando tudo vai recomeçar”, explica Fernanda. Quer mandar seu texto? Envie a crônica com seu nome completo para o e-mail contato@cronicasdacopa.com.br e aguarde contato.