A inteligência dos autistas é, freqüentemente, subestimada por testes mal adaptados e pelo desconhecimento do público em geral sobre o problema.

"Grande número dos preconceitos em relação às capacidades intelectuais dos autistas está, realmente, longe da realidade como, por exemplo, as informações de que apenas 25% das pessoas diagnosticadas com a doença têm uma inteligência normal", explicou neste fim de semana o dr. Laurent Mottron, pesquisador da Universidade de Montréal (Canadá).

Ele apresentou os trabalhos de um grupo que conta com uma pesquisadora autista, Michelle Dawson, na conferência anual da AAAS (Associação Americana para a Promoção da Ciência), reunida de 16 a 20 fevereiro, em St Louis (Missouri, centro-norte dos EUA).

Um elevado número de crianças autistas foi submetido ao teste Wechsler, o mais utilizado para medir o QI, que necessita de um bom domínio da linguagem oral e no qual os autistas costumam obter uma pontuação muito baixa.

Quando são avaliadas com o teste de Raven, que mede as capacidades de raciocínio abstrato, elas conseguem, regularmente, uma média de mais de 30 pontos, explicou Laurent Mottron.

No mesmo evento, a epidemiologista californiana Judith Grether afirmou que os pesquisadores em seu estado começaram a coletar amostras de sangue de grávidas para encontrar eventuais sinais de autismo nos fetos.

Sua equipe examina, principalmente, o sistema imunológico, o perfil hormonal, a presença de agentes poluentes, como metais pesados, entre eles o mercúrio.