Depois de uma semana extremamente conturbada pela crise na argentina, o mercado deve voltar a sofrer um período de expectativas a partir desta segunda-feira. A semana guarda três pontos de tensão que podem afastar os investidores do mercado: a repercussão do pacote emergencial lançado sexta-feira pelo ministro da Economia argentina, Ricardo López Murphy e as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Federal Reserve (Banco Central norte-americano) - ambas para definir taxas de juros.

A saúde econômica do país vizinho tem refletido diretamente no Brasil e pode continuar a fazê-lo se o pacote de Murphy não for bem aceito pelos investidores, que costumam estender problemas nos países emergentes a todos os vizinhos de região e evitar investimentos.

O risco da moratória e do fim da dolarização na economia argentina podem empurrar ainda mais para o alto a cotação da moeda norte-americana, que fechou sexta-feira a R$ 2,131 no mercado comercial.

Os juros também podem provocar dores de cabeça no mercado. O Copom reúne-se na terça-feira e defini no dia seguinte se muda a taxa Selic, cotada atualmente a 15,25% ao ano. Analistas acreditam que a taxa básica deve ser mantida no atual patamar.

As previsões para a taxa de juros dos EUA, porém, apontam para baixo. Analistas acreditam que o presidente do Fed, Alan Greenspan, vai determinar o corte de 0,75 ponto percentual na taxa, derrubando os juros nos EUA a 4,75% ao ano. O índice de preços ao produtor (PPI) do país ficou dentro da expectativa em fevereiro e anima as perspectivas de uma redução.