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Angústia da autoimagem

Pressões da mídia e de universos que a acompanham mexem com mente e corpo dos jovens

Luís Felipe Soares
24/06/2018 | 07:00
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Divulgação


 Transformações têm papel fundamental durante a adolescência. São mudanças que chegam e ocorrem sem qualquer tipo de controle, com o corpo humano se desenvolvendo e a mente acompanhando de forma a tentar traduzir para a pessoa os reflexos desses momentos. Muito do que ocorre deflagra em alterações físicas abruptas que dificilmente agradam o indivíduo, gerando angústias e preocupações que devem ser vistas com atenção maior do que, simplesmente, deixar o tempo passar. É uma questão de autoimagem psicológica que se mostra forte e consistente o bastante para enfrentar a pressão do mundo ao redor dos jovens.

A combinação de mudanças que explodem ao mesmo tempo reúne elementos diversos. Elas podem ser visíveis em braços mais compridos e seios maiores, por exemplo, e dividem espaço com busca pela identidade pessoal e o peso da existência de padrão de beleza firmado pela mídia e reproduzido por universos menores, como o escolar. “Os adolescentes buscam aprovação dos grupos aos quais pertencem e isso os leva a questionar sua imagem corporal, muitas vezes tentando alterá-la para se adaptarem aos padrões”, comenta a professora doutora Ana Flávia Parenti, coordenadora do curso de Psicologia da Unicid (Universidade Cidade de São Paulo), especialista em comportamento adolescente. “Atualmente, a internet é uma fonte de imposição de padrões corporais. Infelizmente, a mídia dá extrema importância e atenção a um padrão de beleza que, na maioria das vezes, é inatingível.”

Esse duelo não tem como objetivo ter vencedores, com importância para que cada jovem seja capaz de se aceitar com felicidade diante de possíveis problemas de autoestima a aparecerem. Uma reinterpretação de si mesmo é a base do filme Sexy Por Acidente, que chega aos cinemas brasileiros na quinta-feira. Acidente na academia faz com que Renée (Amy Schumer) ganhe autoconfiança que causa grandes mudanças, incluindo agitação na vida amorosa e em sua trajetória profissional. O fato de se sentir bem diante do espelho afeta o caminho da protagonista de maneira positiva, mas claro que a envolve em certos momentos estranhos típicos das comédias norte-americanas.

Fora das telonas, esse tipo de situação está longe de ser real. As frustrações e a busca pelo ‘belo’ segundo os outros são capazes de gerar complicações de diferentes tipos. “São padrões de beleza que não correspondem à realidade do jovem brasileiro, gerando angústia, insatisfação e, em alguns casos, depressão ou distúrbios alimentares, como anorexia, bulimia e ortorexia (obsessão com dieta rigorosa), que estão diretamente ligados à insatisfação com sua imagem corporal”, afirma Ana Flávia.

A especialista alerta para certos comportamentos que podem atrapalhar o cotidiano dos mais afetados, casos de usar muita maquiagem para esconder pequenas imperfeições, preocupação demasiada com alimentos que são ingeridos e deixar de frequentar locais onde há necessidade de mostrar mais o corpo. Os dramas para se aceitar são maiores do que muita gente pode imaginar, com todos os corpos tendo beleza individual.




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