Um laudo divulgado nesta sexta-feira pelo Instituto Adolfo Lutz aponta que oito dos nove bebês mortos recentemente na UTI neonatal do Hospital Geral de Itaquaquecetuba (Grande São Paulo) foram vítimas de infecção hospitalar, causada por duas bactérias. O laudo descartou a contaminação dos materiais utilizados no local, como medicamentos, equipamentos e a água destilada – até então a principal suspeita como causa das mortes.

A UTI neonatal do Hospital Geral foi fechada depois que nove bebês morreram no começo deste mês - foram três no dia 9, três no dia 14, dois no dia 15 e um no dia 16. A Secretaria de Vigilância Sanitária vai repassar à Polícia Civil informações sobre o caso, para que as investigações tenham prosseguimento.

O Hospital Geral de Itaquaquecetuba é administrado pelo Hospital Santa Marcelina – uma entidade particular que é remunerada pelo Estado para gerir o hospital público. Desde que a UTI neonatal foi fechada pela Secretaria de Estado da Saúde, na semana passada, a instituição atende apenas aos casos de emergência.

Em nota oficial, a Secretaria de Saúde informou que medidas corretivas devem ser adotadas imediatamente pelo Hospital Geral de Itaquaquecetuba para que a UTI neonatal seja reaberta. O órgão determinou a suspensão do banho rotineiro com clorexidina (produto anti-bacteriano, que pode eliminar a proteção natural da pele contra agentes externos), a contratação de mais funcionários para o setor, a promoção de treinamento intensivo de todos os funcionários, a elaboração de relatórios mensais sobre infecção hospitalar e a realização de exames de cultura semanais em todos os recém-nascidos da UTI.