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Kit para torcer na Copa varia 100%

Oito objetos que remetem à Seleção podem custar desde R$ 49,58 até R$ 100 no comércio da região

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
12/06/2018 | 07:02
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Claudinei Plaza/DGABC


Com a proximidade da abertura da Copa do Mundo, nesta quinta-feira, os consumidores começam a procurar por objetos para ajudar na torcida dos jogos. No Grande ABC, um kit composto por oito itens pode variar entre R$ 49,58 e R$ 99,97, ou seja, mais de 100%. Os lojistas já sentem aumento de até 40% na busca pelos acessórios, mas os bons resultados nas vendas dependem do desempenho da Seleção Brasileira, principalmente após seu primeiro jogo, que acontece às 15h do domingo.

Os preços são fruto de pesquisa que o Diário realizou em seis estabelecimentos nas regiões centrais de Santo André e São Bernardo. O kit contempla camiseta (modelo não oficial), óculos, duas bandeiras – uma grande e outra menor para colocar nas janelas dos veículos –, peruca, corneta e chapéu. Os itens são de modelos e fabricação similares. Os adereços mais baratos são os óculos, encontrados desde R$ 1,50 até R$ 5, bandeira para carro, entre R$ 2 e R$ 5,99, e chapéus, de R$ 5 a R$ 17,99.

O comércio de produtos relacionados ao Mundial de Futebol depende diretamente do desempenho da Seleção Canarinho. “O carro-chefe do setor são as lojas que oferecem artigos de torcidas e também esportivos. Porém, as vendas dependem dos resultados dos jogos do Brasil. Quem gosta de futebol já tende a comprar, mas se a Seleção vai bem, mais pessoas passam a comprar estes itens sazonais”, destacou o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia Júnior. A entidade não realiza projeção para o período.

De acordo com o vice-diretor da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura Júnior, como a última Copa foi realizada no Brasil, havia expectativa de vendas maior. Outro fator é que, após o emblemático placar de 7 a 1 no jogo das semifinais contra a Alemanha, quando o Brasil finalizou no quarto lugar da competição, a torcida se decepcionou.

Para este ano, a associação estima que as vendas devem ser 15% maiores do que dias comuns, mas podem ficar cerca de 10% menores do que no torneio anterior. “As vendas devem crescer em relação a dias comuns mais não devemos superar 2014. O fluxo de pessoas já está cerca de 20% acima do normal, e os comerciantes já começam a fazer promoções. Como alguns produtos da última Copa encalharam, eles estão tentando antecipar as vendas”, explicou. “Agora vai depender dos comerciantes e do fator principal: que o Brasil vença a primeira partida para o consumidor acreditar no potencial da Copa. Se empatar, as vendas tendem a cair, isso sem falar se perder.”

Em Santo André, a Loja MiAmor é uma das mais tradicionais da Oliveira Lima e já sente aumento de 40% na procura pelos itens relacionados ao Brasil. “Anualmente, este período já é uma data importante para nós, por conta das festas juninas e do Dia dos Namorados. A Copa nos deixa ainda mais otimistas. Não temos meta de vendas desses produtos, mas já sentimos que a procura cresceu em 40%”, disse o gerente do estabelecimento Wellington Marques de Oliveira, ao ressaltar que as cornetas e os apitos são os preferidos do público.

A comerciante Paloma Vieira de Souza, 18 anos, comprava itens para decorar a sua lanchonete. Ela e o companheiro, o estampador Lucas Lopes de Oliveira, 23, moradores do bairro Vila Guiomar, gastaram cerca de R$ 100. “Tem itens para a decoração, mas também compramos chapéus e óculos para torcermos juntos. Eu estava desanimado para a Copa, mas os resultados dos amistosos me animaram a comprar os itens”, contou ele.

Já a cozinheira Maria Torres, 59, moradora da Vila Industrial, em São Bernardo, não planeja comprar nem mesmo uma bandeira. “Eu até dou uma olhada porque meus netos gostam muito de futebol, mas não vou comprar nada. Todos vão reaproveitar as cornetas e camisetas de quatro anos atrás”, disse.


Vendas não devem alcançar as de 2014

Apesar da expectativa do aumento do fluxo de pessoas e de vendas em relação aos dias comuns, os comerciantes não acreditam que devam vender mais itens do que em 2014. Os vendedores de itens esportivos afirmam que a movimentação e a procura, por enquanto, são menores que há quatro anos.

Em São Bernardo, a Elite Sport Materiais Esportivos espera vender pelo menos a mesma quantidade de produtos, mas já sentiu queda no movimento em relação à última edição do evento. “A movimentação já aumentou em relação aos dias comuns e pretendemos vender 30% mais. É o nosso Natal. Mas, como a última Copa foi no Brasil e o pessoal estava mais empolgado, se a gente vender a mesma coisa já está bom”, comentou o gerente do estabelecimento, Jefferson Jesus de Souza. “Considerando o que foi comercializado até agora, tivemos uma queda de 7% em relação ao mesmo período de 2014. A maioria dos clientes ainda está comprando itens apenas para os filhos pequenos.”

A loja, que só trabalha com produtos originais e licenciados, e que não entraram na pesquisa feita pelo Diário – a camiseta oficial da Seleção custa R$ 260 –, também disponibiliza produtos com faixa de preço menor, como as camisetas de passeio por R$ 49,90, toalhas por R$ 45, além de canecas e bandeiras a partir de R$ 35. “Não podemos nos esquecer que estamos em um grande centro de compras populares”, afirmou.

Vendedor tradicional de camisetas e bandeiras de times de futebol das proximidades do Estádio Bruno Daniel, em Santo André, João Santos, 46 anos, comercializa os acessórios há pelo menos seis Mundiais. Segundo ele, este é o ano em que a movimentação está mais fraca.

“O pessoal está com muita cautela. As vendas cresceram 20% em relação ao mês passado, mas ainda é de camisetas, principalmente para crianças, e bandeiras para os carros. Não sei se vou chegar a vender mais do que em 2014. Acredito que por conta do desempenho na última Copa, pode ser que não. Mesmo assim, ainda devo dobrar as vendas em relação aos dias comuns”, disse. 




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