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Piratas à vista
Cássio Gomes Neves
Do Diário do Grande ABC
23/05/2007 | 07:05
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Terceiro filme de uma trilogia que, quando despontou com o primeiro longa, em 2003, não dava pinta de navegar por mares muito distantes, Piratas do Caribe: No Fim do Mundo custou nada menos que US$ 200 milhões (valor estimado). Com estréia mundial e no Brasil programada para a próxima sexta-feira, deve levar para os cofres da Disney (os estúdios que o produziram) algo em torno de US$ 1 bilhão, se confirmados os prognósticos de especialistas, e pode desbancar Homem-Aranha 3 como o filme de maior bilheteria de 2007. E o novo longa chega ao cartaz menos de um ano após a estréia de seu antecessor, O Baú da Morte, lançado em julho de 2006. Enfim, cansou de lero-lero e quer saber se o filme é bom? É, o terceiro Piratas, novamente dirigido por Gore Verbinski e produzido por Jerry Bruckheimer, é bom, sim.

É bom, mas não é obra que simplesmente rumine o conteúdo dos dois primeiros filmes, convém adiantar. O Diário assistiu a No Fim do Mundo terça-feira, durante uma sessão exclusiva a jornalistas. O público mais ansioso poderá vê-lo já na madrugada de quinta-feira para a sexta-feira, com sessões à 0h01, em algumas salas do país – no Grande ABC, há sessões da meia-noite no ABC Plaza, em Santo André, e no Extra Anchieta, em São Bernardo.

Piratas 3 não está nada mal para um filme que ainda não tinha roteiro concluído quando começou a ser filmado – algumas das seqüências foram rodadas junto às filmagens de O Baú da Morte. No entanto, não é isso (a falta de uma premeditação no papel) que determina a qualidade do filme. Fosse assim, Os Reis do Iê-Iê-Iê (1964), obra em que Richard Lester refrescou o mito dos Beatles e que não tinha um só diálogo escrito antes de ligadas as câmeras, não poderia ser considerado o manifesto de revolução formal que é.

Em nome do pai Keith - De volta ao Piratas 3. Demora um certo tempo até que Jack Sparrow, o cultuado pirata com gestual de madame alcoolizada que foi imortalizado por Johnny Depp, preencha a tela. Afinal, o terceiro filme segue de onde parou o segundo – e ter assistido a O Baú da Morte é condição essencial para a compreensão total do que se passa em No Fim do Mundo. Ao desfecho do segundo filme, o capitão Jack Sparrow morria e era tragado por um gigantesco monstro marinho.

Agora, a donzela transformada em pirata Elizabeth Swann (Keira Knightley), o ferreiro transformado em pirata Will Turner (Orlando Bloom), o pirata ressuscitado Barbossa (Geoffrey Rush) e a feiticeira Tia Dalma (Naomie Harris) lideram uma comitiva que vai até o mundo dos mortos para trazer de volta o protagonista da trilogia. Somente com a ajuda de Sparrow, eles podem organizar os bucaneiros que ainda restam no mundo, pois a Companhia das Índias Orientais (instituição que existiu de fato) forçou uma deliberação do governo britânico para extinguir todos os corsários e seus cúmplices, nos sete mares. Para facilitar seu trabalho, a Companhia mantém sob seu poder o baú que contém o coração de Davy Jones (Bill Nighy), pirata com feições de polvo e que governa o Holandês Voador, navio de pilhagem considerado indestrutível.

Quanto ao destrutível Keith Richards, o guitarrista dos Rolling Stones pinta com todas as rugas e trejeitos a que tem direito em uma ponta como Capitão Teague, pai de Jack Sparrow (Johnny Depp já afirmou mais de uma vez que se inspirou no legendário guitarman para a composição de seu personagem). Sua participação é breve e hilária, como atesta a cena em que Jack pergunta a papai sobre a saúde da mãe.



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