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Sem salário, operários da Dolly estão em casa

Cerca de 700 funcionários não recebem desde o dia 18; empresa diz que bens estão bloqueados

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
05/06/2018 | 07:16
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Os cerca de 700 trabalhadores da Dolly, que se dividem entre a fábrica de bebidas de Diadema e o centro de distribuição de São Bernardo, estão com os salários atrasados desde o dia 18 de maio, quando eles receberiam o vale, segundo funcionários que pediram sigilo. E, desde o dia 23, a orientação dos sindicatos que representam os profissionais da linha de produção (operadores de máquinas, de empilhadeiras, amarradores) e logística (motoristas, ajudantes e empilhadores) tem sido a de que eles fiquem em casa.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Cerveja, Vinho, Água Mineral e Bebidas Geral da Grande São Paulo, a entidade chegou a entregar ofício para marcar reunião com a empresa, no entanto, informou que teve o pedido negado e que a Dolly teria recomendado que a entidade procurasse a Justiça.

Ontem, o Sintetra (Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC) realizou assembleia com os trabalhadores para que eles votassem a permanência da greve, devido ao fato de a fábrica ainda não ter previsão de pagamento. Eles deveriam receber o restante do pagamento no quinto dia útil, ou seja, amanhã. Portanto, na quinta-feira haverá novo encontro para avaliar a paralisação, ou suspendê-la caso o dinheiro caia na conta.

“Estamos muito preocupados, pois dependemos deste salário para pagar nossas contas. Alguns já tiveram o convênio suspenso, inclusive. Dizem que a empresa não paga porque está com seus bens retidos”, conta um dos empregados. “A empresa não passa nenhuma posição, mas acreditamos que eles têm dinheiro, só não querem nos pagar. Desde a prisão do dono que estamos desse jeito (na incerteza)”, avalia outro.

Procurada, a Dolly informou que os advogados da empresa estão tentando derrubar liminar e desbloquear os bens para pagar os trabalhadores. “A Dolly confirma que os salários dos colaboradores estão atrasados devido ao bloqueio de bens realizado pela Justiça. E está tomando as devidas providências para regularizar o desbloqueio e honrar com o compromisso a todos os seus funcionários”, diz nota.

O dono da Dolly, Laerte Codonho, foi solto pela Polícia Civil no dia 18 do mês passado, após passar oito dias preso temporariamente no 77º DP (Distrito Policial) de Santa Cecília, em São Paulo. O executivo é suspeito dos crimes de fraude fiscal, sonegação, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa. Investigadores estimam que as fraudes praticadas ao longo de 20 anos tenham gerado prejuízo de R$ 4 bilhões ao Estado e à União.

(Colaborou Raphael Rocha) 




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