``Melhor do que guardar as cinzas dos pais numa urna é esculpir uma estátua com elas, apesar da Igreja Católica criar um pouco de caso, e nao entendo por quê', explicou o artista.

``Leio atentamente a Bíblia', acrescentou, dizendo ter curiosidade em saber o que o Papa pensa de seu trabalho.

``Nao entendo por que algumas pessoas ficam chocadas diante de minhas esculturas', prosseguiu, mostrando o material de uma de suas mais recentes criaçoes, os ossos de um chihuahua que uma cliente deixou para que modelasse uma efígie.

Uma vez incinerados, os ossos do pequeno cachorro serao reduzidos a algumas gramas de cinzas - em comparaçao aos dois quilos resultantes de um ser humano -, que Oscar misturará com diversos produtos, segundo uma receita do próprio artista. A peça deve passar por um forno a mais de 1.300 graus centígrados. ``O que faz o processo ser muito higiênico', explica.

Oscar está preparando um dossiê para tentar entrar para o Livro Guiness dos Recordes Mundiais, como escultor de múltiplas disciplinas e que utiliza do barro ao bronze, passando pelo gesso, silicone e, agora, ossos.

Segundo ele, foi um ``instinto humanista' que o levou a optar pela ``necroescultura': a morte, em 1990, de seu bebê prematuro e o roubo do pequeno caixao poucos dias depois o convenceram da necessidade de prestar homenagem aos mortos em forma de monumentos ou estátuas.

``Na Colômbia, infelizmente, a morte está muito presente e nao há nenhuma respeito pelos cadáveres, por isso achei uma boa idéia fazer estátuas com eles', concluiu o artita, atualmente erradicado em Madri.