Automóveis Titulo
Nipo-mexicano no ringue
Vagner Aquino
do Diário do Grande ABC
08/06/2011 | 07:00
Compartilhar notícia
Luiz Doro/Divulgação


Não é de hoje que os modelos de origem japonesa batem (feio) em carros nacionais. Para se ter uma ideia, há anos Toyota Corolla e Honda Civic lideram o primeiro e segundo lugares no ranking de vendas do segmento de sedãs médios, às vezes revezando posições, ultrapassando modelos como o Chevrolet Vectra, por exemplo.

Aproveitando os bons números de vendas que vem abocanhando mês a mês - foram 4.583 unidades no total em maio deste ano, contra 1.918 emplacamentos em maio de 2010, um aumento de 139% - agora é a vez de a Nissan tentar dar o nocaute na concorrência. Para isso, apostará todas as fichasno compacto March, que será o primeiro popular de origem japonesa, produzido no México, a ser vendido no Brasil.

Apresentado em terras brasileiras durante o Salão do Automóvel de São Paulo - em outubro - lá fora o modelo (batizado de Micra na Europa e Índia) já é vendido desde o ano passado. Mas sua chegada aqui está marcada para a primeira quinzena de outubro. Em entrevista ao Diário durante o salão, o presidente da Nissan do Brasil, Christian Meunier, antecipou que pretendia vender de 5.000 a 6.000 unidades no País por mês. O modelo custará cerca de R$ 27 mil e virá para concorrer com Volkswagen Gol, Fiat Uno, Chevrolet Celta, entre outros populares.

Com design bastante original, o modelo - baseado na plataforma V da Nissan - deve agradar por aqui. Suas linhas arredondadas contribuem para a harmonia da carroceria, que ainda não teve as dimensões divulgadas pela marca.

Para ter mais espaço dentro da cabine, o March conta com uma ajudinha das rodas, que foram deslocadas para as laterais. A Nissan jura de pés juntos que o carro foi feito para cinco ocupantes, mas colocar três adultos no banco traseiro já é pedir um pouco demais...

NA PRÁTICA

Para engatilhar a campanha Inova Show, que visa aproximar os clientes da marca, a Nissan convidou a imprensa especializada para dar uma voltinha na versão mexicana do March.

O trajeto foi curto - algo em torno de dois quilômetros no estacionamento de um parque em São Paulo - mas o suficiente para constatar que o nipo-mexicano promete CF51fazer barulho por aqui.

O motor HR16 1.6 16V produzido pela marca (que deve equipar o March que será vendido por aqui) rende bom desempenho. São 106 cv a 5.600 rpm e o torque fica em 14,5 mkgf a 4.000 rpm.

De acordo com a montadora, o consumo é de 15 km/l na cidade e quase 21 km/l na estrada - a média combinada é de 17,7 km/l.

A suspensão (tipo McPherson na dianteira e tipo eixo semirrígido atrás) dá conta do recado quando o assunto é filtrar as imperfeições do solo.

A bordo, o incômodo percebido em alguns modelos da categoria, aqui, dá lugar à maciez, mérito também da direção elétrica, que oferece leveza ímpar ao guiar o modelo. Mesmo em baixas rotações, o compacto se saiu bem no test drive.

O câmbio tem engates precisos e relações de marchas adequadas, evitando os famosos trancos.

Agora, nos resta aguardar até outubro para explorar a nova promessa da montadora de origem japonesa.

Tecnologia em destaque

É no quesito tecnologia que o Nissan March promete dar a punhalada final na concorrência, pois aqui, carro de origem japonesa é sinônimo de inovação e qualidade.

Aproveitando-se ou não desse respaldo, o fato é que a Nissan promete um bom aparato para o March, que contará com quatro versões de acabamento: Drive, Sense, Advance e a esportiva SR.

As duas primeiras serão oferecidas apenas com câmbio manual de cinco marchas, já as demais têm a opção da transmissão automática com quatro velocidades.

Dentre os equipamentos, a versão de entrada conta com travas elétricas (sensíveis à velocidade), imobilizador, computador de bordo, desembaçador do vidro traseiro, encosto traseiro reclinável e volante com ajuste de altura.

Nas demais versões a marca incluiu: ar-condicionado, controle remoto para liberação de travas e bagageiro, direção eletricamente assistida, CD player com MP3 e entrada auxiliar, alarme e limpador do vidro traseiro.

Na Advance, há ainda vidros e retrovisores elétricos e air bag duplo.

Para diferir, a versão esportiva SR conta com spoilers, escapamento cromado e aerofólio traseiro, espelhos e rodas de alumínio com 15 polegadas pintadas em cinza-escuro. Isso deve fazer a diferença nas vendas para o público masculino, pois o carro, cheio de linhas arredondadas, deve agradar (em grande parte) às mulheres. Quem não se lembra do sucesso que o Chevrolet Corsa Wind fez entre elas em 1994 e 1995.

Se o corpo é feminino, por dentro o acabamento é bastante rústico (traduzindo, o plástico é bastante duro). Mas quem sabe a versão brasileira melhore nesse aspecto.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.

Mais Lidas

;