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Indústrias da região investem R$ 9,5 bilhões até 2022

Aportes visam modernização das plantas e pesquisa; setor responde por 23% do PIB

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
25/05/2018 | 07:30
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As indústrias do Grande ABC têm investido, entre 2016 e 2022, R$ 9,5 bilhões em centros de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), modernização de plantas e outras adaptações em processos produtivos. Boa parte dos aportes foi favorecida graças ao Inovar-Auto, programa de incentivo fiscal encerrado em dezembro. Por isso a necessidade de implementação de seu sucessor, o Rota 2030, a fim de dar continuidade ao movimento.

De acordo com dados levantados inicialmente pelo professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Daniel Vaz, na Segunda Carta de Conjuntura do Conjuscs (Observatório de Políticas Públicas, Empreendedorismo e Conjuntura da USCS), com informações complementadas pelo Diário, compõem os R$ 9,5 bilhões: Scania (R$ 2,6 bilhões), Volkswagen (R$ 2,6 bilhões), General Motors (R$ 1,2 bilhão), Mercedes-Benz (R$ 530 milhões e boa parte de R$ 2,4 bilhões, cujo montante ainda não foi especificado), Prometeon - ex-Pirelli - (R$ 110 milhões), Toyota (R$ 70 milhões) e Otis (R$ 30 milhões).

Hoje é o Dia da Indústria, e este setor é responsável por 23% do PIB (Produto Interno Bruto) do Grande ABC que, conforme último dado disponível pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2015, somou R$ 112 bilhões. As fábricas, por sua vez, geraram R$ 25,9 bilhões em riquezas, sendo 40% oriundos das montadoras.

Após amargarem forte recessão provocada pela crise econômica, as indústrias começam agora a dar sinais de recuperação – conforme dados do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), no primeiro trimestre foram criadas 1.450 vagas no segmento, melhor resultado, e o primeiro positivo para o período desde 2011. A ociosidade, no entanto, ainda gira em torno de 36%. E, nos últimos sete anos, conforme outro levantamento do Conjuscs, houve a eliminação de 78.449 postos de trabalho somente no segmento, que encerrou 2017 com 186.378 profissionais.

Para iniciar curva de recuperação do emprego industrial, portanto, os investimentos são fundamentais tanto para assegurar a permanência de plantas produtivas no Grande ABC como para começar a desenvolver tecnologia, em vez de apenas realizar a montagem de peças, complementos e veículos.

“Acreditamos que a indústria 4.0, ou manufatura avançada, é a tendência da indústria dos próximos anos, inclusive no caso das grandes cadeias globais, como as indústrias automobilística e química, entre outras”, afirma Jefferson José da Conceição, coordenador do Conjuscs.

Neste sentido, ele cita que é fundamental que atores e instituições regionais como Consórcio Intermunicipal, Agência de Desenvolvimento Econômico, prefeituras, governo do Estado, associações empresariais, sindicatos de trabalhadores, Senai e universidades participem em conjunto para a elaboração de política industrial regional que, entre outros fatores, busque aumentar a competitividade da indústria local. “Especialmente por meio do incremento da pesquisa, desenvolvimento e inovação de nossas empresas e parque produtivo. Isto requer, por sua vez, aumento dos investimentos em qualificação profissional e, sobretudo, em maior integração entre empresas, universidades e gestão pública – que denominamos de ‘modelo tríplice hélice’”, assinala.

Hoje, o Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC) debate os desafios da indústria da região no 4º Seminário Dia da Indústria, realizado no Hotel Mercure, em Santo André, das 8h30 às 12h30.
 




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