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Kiko Zambianchi volta ao disco com sede de iniciante
Patrícia Vilani
Do Diário do Grande ABC
05/02/2002 | 21:18
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  Lançado no início de 2000, o CD Acústico MTV – Capital Inicial ressuscitou dois sucessos dos anos 80 – o próprio Capital e o cantor e compositor Kiko Zambianchi, que participava do álbum na faixa de sua autoria, Primeiros Erros. Kiko aproveitou a onda e viajou em turnê com a banda. A admiração do vocalista Dinho Ouro Preto pelo músico – e a amizade nascida na turma do jornalista e escritor Marcelo Rubens Paiva – aumentou ainda mais. Tanto que é Dinho quem assina o texto de divulgação de Disco Novo (Abril Music, R$ 25 em média), recém-lançado por Zambianchi.

O líder do Capital não se intimida ao fazer elogios rasgados a Kiko. Ele lembra os tempos que o músico surgiu no cenário pop com Rolam as Pedras. Foi o primeiro videoclipe nacional que Dinho assistiu na vida. Depois dele vieram muitos outros singles, alguns antológicos, como Eu Te Amo Você e Primeiros Erros. E, com a chegada dos anos 90, a decadência da cultura oitentista. Kiko e Dinho caem no esquecimento ou, usando um conceito eufemista, entram em um longo intervalo criativo.

Com Disco Novo, Kiko respira após quase dez anos de submersão. Sem contar com o disco acústico do Capital, foi este o tempo em que ele ficou sem entrar em um estúdio. Depois disso, ele emplacou sucessos na boca dos outros, como Tudo É Possível, hit com o qual abre o novo trabalho. Isso prova sua sede de compor e expor sua música: das 14 faixas, todas são de sua autoria, com exceção de Desculpe (Arnaldo Baptista). E duas delas são parcerias com o velho amigo Marcelo Rubens Paiva – Upgrade e Logo de Cara.

Como o próprio Dinho admite, Kiko é um músico especializado em baladas. As melhores faixas são levadas pelo mesmo ritmo de seus antigos hits. No gênero, se encaixa Upgrade, A Nossa Música, Máquina do Tempo, Cada Dia, A Nave que Ninguém Viu e Logo de Cara. Mas Kiko, também um bom guitarrista, arrisca sons mais pesados, que lembram a psicodelia usada muito há duas décadas atrás. Nirvana Psicodélico (“Cores e cores brilham no ar/ Formas e luzes saem do chão) é o melhor exemplo, mas também Manchas e Intrigas, Paz na Confusão e Norte e Sul (que parece o Titãs das antigas, com frases como “Sinto falta de amor no meu jantar”) entram no mesmo grupo.

Disco Novo é novo só no título. Apesar de Kiko reestrear com o pique de um iniciante, sua música é veterana e continua calcada no velho pop oitentista. Para os nostálgicos, é um prato cheio.




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