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Pequenas empresas do Grande ABC têm o maior crescimento do Estado

Comparado ao mesmo período em 2017, faturamento cresceu 33,1%

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
16/05/2018 | 07:14
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O faturamento das MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC cresceu 33,1% em março, se comparado ao mesmo período de 2017. Isso significa incremento de R$ 835,4 milhões na receita das firmas de menor porte, que totalizou R$ 3,4 bilhões no terceiro mês do ano. Trata-se do melhor resultado em termos percentuais do Estado, onde a média de expansão foi de 9,6%. Os dados foram divulgados ontem pelo Sebrae-SP.

“O resultado é muito bom, e reflete a modesta retomada da economia do País. Mas é importante lembrar que a base de comparação é muito fraca, já que em março do ano passado, a região obteve o pior resultado para o mês desde 1999”, afirma Pedro Gonçalves, consultor do Sebrae-SP.

No trimestre, houve acréscimo de 20,9%, ou R$ 1,5 bilhão, somando R$ 8,5 bilhões no caixa das empresas. “Ainda que de forma tímida, a inflação baixa (de 2,68% no primeiro trimestre) contribui para a reposição salarial da população, que favorece o aumento dos ganhos reais no comércio de serviços”, explica o especialista.

Na comparação entre fevereiro e março, as MPEs venderam R$ 645 milhões (23,8%) a mais. Segundo Gonçalves, o Grande ABC foi favorecido pelo bom desempenho do setor automotivo neste início de ano. No mesmo período, vale salientar, a produção de veículos subiu 25,3%, chegando a 267.460 unidades. “A cadeia automobilística começou a ser impactada, então firmas que fornecem peças e componentes para montadoras voltaram a vender”, exemplifica.

O consultor destaca que os motores do crescimento da economia do País são a inflação e taxa Selic em baixa, desde que reflitam no cotidiano da população. Para se ter ideia, a taxa básica de juros está em 6,5% ao ano, enquanto que os juros do cartão de crédito chegam a 12,39% ao mês e, os do empréstimo pessoal em financeiras, 7,36% mensais, conforme dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) referentes a abril.

No entanto, o clima de incerteza gerado pelo cenário eleitoral sem candidatos definidos, e pelo mercado externo, com a alta do dólar, podem desacelerar o ritmo de recuperação. “As empresas ainda estão com situação financeira delicada, o que pode frear investimentos”, diz. Para os próximos meses, 47% dos empresários esperam a manutenção dos ganhos e 32% projetam melhora nas vendas.




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