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Presidente da Volks cobra definiçao de regras no setor
Do Diário do Grande ABC
08/05/2000 | 16:37
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O presidente da Volkswagen do Brasil, Hebertt Demel, fez nesta segunda-feira duras críticas ao programa automotivo brasileiro, em especial ao atraso na definiçao do programa de renovaçao de frota e no novo acordo do setor para o Mercosul. As afirmaçoes foram feitas durante o segundo dia da Cúpula Mercosul 2000 do Fórum Econômico Mundial, que termina nesta terça-feira, no Rio de Janeiro.

Segundo Demel, a demora em definir as novas regras para o setor automotivo do Mercosul prejudicou as empresas dos dois países. "Nao se pode admitir que um setor que detém 12% do PIB brasileiro fique tanto tempo sem saber as regras em que vai atuar", reclamou. O executivo nao quis dizer se a culpa pelo atraso é do Brasil ou da Argentina. "Nao cabe buscar culpados, mas o atraso foi ruim para todos", disse.

Demel também fez críticas ao atraso na definiçao do programa nacional de renovaçao de frota. Ao ser perguntado sobre as declaraçoes do ministro do Desenvolvimento, Alcides Tápias, de que o acordo nao saiu porque as montadoras ainda nao haviam enviado os números pedidos pelo governo, Demel disse: "Nao estou aqui para comentar as frases do ministro, mas isso foi negociado durante dois anos e nao foi resolvido". "Alguém parece nao querer resolver", afirmou Perguntado se esse alguém seria do governo federal, o executivo nao quis responder.

Demel disse que o acordo de renovaçao de frota teria como maior ganho retirar das ruas os carros mais antigos. O executivo afirmou que sem o acordo continuarao a rodar pelas estradas brasileiras carros que poem em risco a segurança das pessoas. Ele também disse que com o acordo nao haveria perda de arrecadaçao, já que o crescimento das vendas, explicou, permitiria uma arrecadaçao extra.

Crescimento - O presidente da Volswagen contou que a montadora alema fará este investimentos de R$ 700 milhoes no Brasil. Esses recursos serao utilizados na modernizaçao das fábricas do grupo no Brasil e no lançamento de novos produtos.

Pelos cálculos de Demel, o mercado brasileiro deve produzir este ano 1,4 milhao de veículos, contra 1,3 milhao de 1999. A Volks espera chegar a dezembro com 500 mil unidades fabricadas no país, o que segundo ele deve dar a companhia cerca de 30% do mercado brasileiro total.

A montadora aposta suas fichas no mercado externo. Demel estima que as vendas ao exterior cheguem a 76 mil unidades, contra as 53 mil de 1999. A maior parte, 90%, irá para países da América Latina. Em 1999, esse percentual foi de 99%. "Estamos reduzindo um pouco nossas vendas na América Latina e crescendo para os Estados Unidos e para a Europa", explicou.




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