Automóveis Titulo Vila Gusman
Borracharia é coisa de mulher
Nilton Valentim
11/05/2018 | 07:33
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Nario Barbosa/DGABC


Salto alto combina com borracharia? Sim, quando o local é comandado por uma mulher vaidosa, como Vilma Gusman, 55 anos, que há 18 está à frente do negócio, costumeiramente masculino, em São Bernardo. Do seu jeito, ela organiza o estabelecimento e põe ordem na casa.

Mãe de três filhos e separada, ela assumiu a borracharia que era do ex-marido. Aprendeu tudo sobre pneus e também a enfrentar os engraçadinhos que volta e meia aparecem. “Nunca dei liberdade nenhuma, mas sempre tem uns que se engraçam. Com muito respeito, a gente tem que ter jogo de cintura, e saber sair da situação sem prejudicar a borracharia”.

De riso fácil e voz forte, Vilma nunca sonhou em trabalhar com borracharia. O sonho era ser médica, mas acabou cursando Psicologia, e trancou a faculdade no 2º ano, por não se identificar. Teve vários outros empregos. Foi comerciária e bancária até casar-se e, por ciúme do marido, dedicando-se apenas aos cuidados da casa e dos filhos. Rotina que não durou muito.

"Com 38 anos me separei. Eu fiquei com o negócio em São Bernardo (borracharia), que tem 48 anos de tradição, passou do pai do meu ex para ele, que montou uma filial em São Caetano. Tive que me virar, nunca tinha pensado nisso, nem sabia trocar um pneu.”

Apesar das dificuldades, a empreendedora sempre teve força de vontade e o apoio dos três filhos, que são apaixonados pela mãe e pela borracharia. Hoje, dois deles a ajudam no negócio. Caçula da família, o borracheiro Lucas Gusman, 23, morre de orgulho da mãe. “Ela conseguiu vencer na vida, batalhou e criou muito bem a gente”, disse o jovem, que hoje trabalha com a mãe, mas antes atuava na borracharia do pai.

Além de ser firme ao tomar decisões, a empreendedora procurou se manter informada sobre tudo referente ao seu negócio. O vendedor de recapagem Antonio Carlos Bota, 71, que há três anos é cliente da borracharia, mas conhece Vilma há dez, fala sobre a amiga com entusiasmo. “De todas que eu conheço, ela foi a única que deu certo no ramo, tem fibra e consegue o que quer.”

Dona de Fiat Ideia, Vilma planeja trocar por um Honda HRV e já se imagina no volante do utilitário. Boa de direção – não só no empreendimento –, ela viaja para o Interior de São Paulo ou qualquer lugar que precise ir. Na estrada, só tem um temor, que é pneu furado. “Só não me peça para trocar, nunca fiz isso”, admite.  




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