Os contratos futuros de petróleo encerraram a sessão de quarta-feira no maior nível dos últimos três anos e meio, apoiados pela decisão dos Estados Unidos de se retirarem do acordo nuclear internacional com o Irã. Além disso, os volumes de óleo cru, gasolina e destilados apresentaram baixa na semana passada em solo americano, o que ajudou a impulsionar os preços da commodity. O petróleo tipo Brent fechou em alta de 3,15%, aos US$ 77,21 o barril. Já o petróleo WTI subiu 3,01%, para US$ 71,14 o barril.
Para Edmar Almeida, professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ (GEE-UFRJ), o petróleo em alta significa para a Petrobrás mais dinheiro em caixa para investir em projetos e para negociar melhores condições de pagamento da dívida, o que é positivo. Ele diz, no entanto, que para aproveitar a oportunidade a empresa vai ter de repassar esse avanço de preços aos seus clientes.
A perspectiva é de que a cotação do petróleo se mantenha em um patamar elevado, na casa dos US$ 70 por barril, daqui para frente, de acordo com os especialistas. "Bombardeios na Síria, que é passagem estratégica para o setor de petróleo; a tensão entre Estados Unidos e Irã; o adiamento do IPO (abertura de capital) da Saudi Aramco para 2019, tudo isso deve manter o preço em alta. Não tem como esperar queda de petróleo nesse cenário", afirmou Fernanda Delgado, pesquisadora da FGV Energia.
Durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, o diretor financeiro da Petrobrás, Ivan Monteiro, ressaltou que fatores geopolíticos têm influenciado bastante o comportamento do preço do petróleo e derivados. "Essa componente explica boa parte do que a gente vive de avanço no resultado", afirmou. Nesta semana, a Petrobrás anunciou lucro de R$ 6,9 bilhões de janeiro a março, desempenho 56% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado.
Caixa
Procurada, a petroleira não quis comentar os efeitos da alta da cotação da última quarta-feira em seu caixa. Mas no evento, Monteiro ressaltou que o Brent tem impacto direto nas exportações, preços nas refinarias e comércio de gás natural, o que provoca um efeito benéfico na receita de venda. "Mas tem também como consequência a redução do lucro bruto com o aumento das participações governamentais (compensações financeiras aos governos)."
Para Pedro Galdi, analista da Mirae Corretora, a alta das ações era mais do que esperada depois que a Petrobrás demonstrou poder de recuperação. "A Petrobrás é a bola da vez e o cenário ajuda. Ela tem ativos e está desinvestindo onde não tem retorno para investir onde dá lucro. As coisas começam a dar certo pra ela", avaliou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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