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Também movidos à vaidade
Angélica Kenes Nicoletti
Diário do Grande ABC
14/12/2008 | 07:07
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Denis Maciel/DGABC


Aumento da informação, desenvolvimento tecnológico e necessidade de concorrer no mercado de trabalho são apontados como os fatores preponderantes para a busca de tratamentos de beleza. A escala de preocupação tem início no perfil conservador e se estende até o metrossexual, designação dada a homens extremamente vaidosos e que foi grafada pela primeira vez em 1994 pelo articulista Mark Simpson, no jornal britânico The Independent.

O cirurgião plástico Alan Landecker, integrante da International Society of Aesthetic Plastic Surgery e autor do livro Cirurgia Plástica: Manual do Paciente, concorda que não há exageros ao se afirmar que o sexo masculino incorpora cuidados estéticos ao cotidiano. Segundo ele, homens e mulheres estão cada vez mais parecidos. "Se por um lado elas ocupam espaços antes reservados aos homens, por outro eles apresentam menos pudores na busca por uma aparência mais descansada e jovial", afirma.

Para Landecker, assim como as mulheres, os pacientes também são suscetíveis aos apelos da mídia, como as capas de revistas que trazem imagens de homens com músculos superdefinidos.

Seja qual for a parte a ser tratada, o médico destaca que se deve evitar a feminilização, que é a maior tragédia para o paciente. "As cirurgias têm de ser conservadoras e respeitar as proporções masculinas para que o homem continue com cara de homem."

Com média de 25% de seus pacientes formados pela ala masculina, Landecker destaca que as cirurgias mais solicitadas são as de nariz, pálpebras e lipoaspiração.

O cirurgião lembra que não há um padrão de cliente, que vai desde os relaxados que têm interesse em soluções mágicas até os que estão mais vaidosos habituados a se tratar. Sedentário ou atleta, em comum entre eles está o fato de pedirem discrição, principalmente para evitar brincadeiras sobre sua masculinidade pelos amigos, familiares e colegas de trabalho. "Eles não anunciam seus tratamentos como as mulheres", diz.

Dermatologia - Quando o assunto é dermatologia, os homens ocupam 30% das agendas das clínicas. Os maiores freqüentadores são os jovens. Pesquisa realizada com 148 dermatologistas de São Paulo e Rio de Janeiro, em fevereiro, aponta que 26% estão entre 18 a 25 anos. O índice percentual cai conforme aumenta a faixa etária. Por exemplo: os que apresentam idade superior a 50 anos respondem por 14% das consultas e tratamentos.

Os motivos para busca de tratamento também são coerentes com as faixas etárias. Acne e pele oleosa são a causa de 52% dos atendimentos, seguida pela queda de cabelo, com 32%.

Fiéis - Em clínicas de estética, os homens, em geral, tomam contato com o universo de terapias de embelezamento via tratamentos anti-estresse. De acordo com Ivone Santana, esteticista da clínica WH Wellness Center, em São Bernardo, o público masculino procura as massagens relaxantes, responsáveis pela porta de entrada para demais terapias de embelezamento.

Entre as características do a esteticista destaca que eles são mais fáceis de fidelizar. "Além de comprar, usam todos os produtos com regularidade e faltam menos nos dias de tratamento", diz.

Ivone conta que viu a procura crescer 40% nos últimos três anos. O índice foi encorpado pelo Day SPA (dia de tratamento), na qual durante oito horas o cliente se submete a um circuito de procedimentos.

Noivos também têm ajudado a alavancar o índice ao aderirem às maratonas de beleza para o "grande dia". De acordo com a esteticista, a rotina pré-nupcial começa uma semana antes com a limpeza de pele. No dia do casamento, eles repousam em banheiras com ozonização, entre outras mordomias.




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