Economia Titulo Seu bolso
Cesta básica encarece R$ 4,70 no mês de abril

Na região, preço do kit saltou de R$ 559,26 para R$ 563,96, mesmo com a inflação em queda

Flavia Kurotori
Especial para o Diário
05/05/2018 | 07:28
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Claudinei Plaza/DGABC


Fazer as compras nos supermercados do Grande ABC ficou R$ 4,70 mais caro em abril. Em março, a cesta básica custava, em média, R$ 559,26, passando a R$ 563,96 no mês seguinte – alta de 0,84%. Mesmo com os índices inflacionários em queda, o preço do kit não segue o mesmo ritmo, dado que a maioria dos produtos que o compõem é de industrializados, enquanto que o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) considera basicamente alimentos in natura. Em março, a inflação avançou apenas 0,09% e, no mês anterior, 0,32%.

Os dados são de levantamento mensal realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que considera 34 produtos necessários para suprir família de quatro pessoas, sendo dois adultos e duas crianças, por 30 dias.

Ricardo Balistiero, coordenador do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia, explica que a cesta básica sofre com eventos pontuais, como o clima, o que afeta produtos de hortifrúti. “A seca que estamos atravessando desde o início de abril aumentou os custos de produção das lavouras.”

De fato, os vilões do mês foram a alface, a cebola e a laranja. A unidade da hortaliça encareceu 39,09%, sendo encontrada a R$ 2,74. A verdura, neste ano, está oscilando conforme o mês: em fevereiro estava cara por conta do alto volume de chuvas, custando R$ 2,15; em março, caiu para R$ 1,97, uma vez que a demanda foi menor devido ao preço elevado do mês anterior. Já em abril, com a maior procura e a seca, o valor voltou a subir.

O quilo da cebola encareceu 14,88%, para R$ 3,56. “As boas condições climáticas, associadas aos custos altos do bulbo em 2016, estimularam o plantio em 2017. Com isso, os preços baixaram ao longo do ano passado, o que levou produtores a diminuírem a área de cultivo neste ano e, com oferta menor, fez com que o valor subisse neste momento”, explica Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo da Craisa.

Balistiero afirma que outro fator que faz com que o resultado do IPCA não reflita no bolso do consumidor são os preços administrados, ou seja, aqueles que não dependem da oferta e da procura, a exemplo do combustível, plano de saúde e energia elétrica. “Nos últimos dois anos, os alimentos foram responsáveis por puxar para baixo a inflação. Por outro lado, abastecer o carro, andar de transporte público e pagar o convênio ficaram mais caros”, destaca. Assim, mesmo que a família economize no supermercado, os gastos totais tendem a pesar no bolso. Para se ter ideia, se comparado com abril do ano passado, o kit ficou 1,94%, ou R$ 12,55, mais barato, enquanto houve deflação de 1,64% nos alimentos. No mesmo período, combustíveis e energia subiram 5,02% e, plano de saúde, 13,51%.

Os produtos que equilibraram o valor da cesta básica em abril foram o frango (-9,88%), a banana (-8,92%) e o extrato de tomate (-5,93%). Essencial no prato dos brasileiros, pacote com cinco quilos de arroz ficou 3,42% mais em conta, passando de R$ 13,31 para R$ 12,86. Já o quilo do feijão-carioca encareceu 5,19%, de R$ 3,49 a R$ 3,67. 




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