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Israel envia ministro à Rússia para estreitar laços
Do Diário do Grande ABC
08/04/1999 | 11:29
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Israel deseja estreitar seus laços com a Rússia, enviando no domingo a Moscou seu ministro das Relaçoes Exteriores, Ariel Sharon, pela terceira vez em cinco meses, apesar do risco de irritar seu principal aliado, Estados Unidos.

``Sharon levará a cabo uma importante missao, pois trabalhará para evitar a transferência de tecnologias russas, que permitiriam que o Ira tivesse armas nucleares e mísseis balísticos', explicou esta quinta-feira o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu à rádio israelense.

Israel considera Ira seu inimigo mais perigoso. Netanyahu lembra que, com esse objetivo, foi criado um organismo de controle conjunto entre Israel e a Rússia, integrado por Sharon e pelo chanceler russo, Igor Ivanov.

Os analistas da imprensa israelense afirmam que a visita de Sharon faz parte da aproximaçao entre os dois países, demonstrada também pela oposiçao do chanceler israelense à operaçao da Organizaçao do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Iugoslávia.

Segundo o jornal Haaretz, Netanyahu se pronunciou recentemente a favor da diminuiçao das sançoes norte-americanas impostas a empresas russas, suspeitas de transferir tecnologia de ponta ao Ira. ``Será isso um caso de realismo diplomático ou de aproximaçao das eleiçoes?', lança a pergunda o jornal Haaretz, se referindo às eleiçoes gerais de 17 de maio e aos votos de mais de 800.000 israelenses que chegaram da ex-Uniao Soviética durante a última década.

David Bar-Illan, porta-voz de Netanyahu, rechaçou categoricamente estas insinuaçoes. ``Pelo contrário, exercemos constantes pressoes sobre o Congresso norte-americano para incrementar essas sançoes. Paralelamente tratamos de convencer as autoridades russas a atuar para impedir a fuga ao Ira de seus cientistas e de alguns de seus segredos tecnológicos', declarou. ``Também promovemos nossas relaçoes e nosso diálogo com a Rússia, mas esse nao é uma mudança de enfoque', afirmou Bar-Illan.

Por sua vez, Sharon informou ``que é importante pensar no futuro e constatar que a Rússia volta a olhar para o Oriente Médio'.

Sua viagem a Moscou está marcada para depois de uma reuniao com a secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, em Washington, adiada durante longo tempo, por causa do bloqueio do processo de paz com os palestinos.

Sharon voltou a irritar os norte-americanos ao expressar sua simpatia pelos sérvios e ao cogitar a criaçao de um Estado islâmico em plena Europa, depois da intervençao da Otan em favor dos albaneses do Kosovo.

As declaraçoes foram bem recebidas na Rússia, que apóia os sérvios no conflito do Kosovo.




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