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'Ainda não temos definição', diz Mário Reali sobre 13º salário
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
03/12/2009 | 07:52
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O prefeito de Diadema, Mário Reali (PT), afirmou ontem à tarde, na Câmara, que não há previsão de pagamento da primeira parcela do 13 º salário para os servidores estatutários - os comissionados (cargos de confiança) com salário acima de R$ 1.500 fazem parte desse grupo. Pelo Estatuto dos Funcionários Públicos, a administração municipal tem até dia 30 para efetuar o débito integral sem multa.

Com o fim do ano, a direção do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) programou ato para dia 10, a partir das 16h, no Paço, a fim de forçar pagamento do benefício por parte do governo petista.

E o vice-presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, deixou claro que a entidade sindical só negocia com a Prefeitura pagamento integral. "Não aceitaremos parcelamento", afirmou. No Paço, cogita-se a possibilidade de os servidores receberem o 13º em parcelas.

Para o Sindema, são cerca de 30% do funcionalismo público que ainda não receberam nenhuma das parcelas. A Prefeitura tem em torno de 7.000 servidores, entre efetivos e comissionados.

O prefeito participou da sessão solene dos 50 anos de emancipação político-administrativa no Legislativo. Ao término de seu pronunciamento na tribuna, Reali saiu rapidamente para outro compromisso no Paço.

Escoltado por dois seguranças, além de seu assessor de imprensa, o prefeito sequer parou para falar com a reportagem do Diário, que o aguardava no corredor da Casa. Com pressa, disse que não havia ainda definição para o 13º salário. "Tenho de falar com o sindicato", afirmou Reali.

Ao ser indagado que o Sindema havia agendado ato para cobrar pagamento do benefício à categoria, o prefeito respondeu com ironia: "Vão ser bem recebidos".

O vice-presidente do Sindema não mostra otimismo. "Com a proximidade do fim do ano, sem dúvida, o funcionalismo corre muito risco", argumentou Neno, ao acrescentar que, se necessário, haverá ação na Justiça e paralisação.

Crise financeira vira discurso de vereador

Pelo menos seis vereadores, líderes de partidos na Câmara de Diadema, usaram ontem dos discursos na tribuna para falar da crise financeira enfrentada pelo governo Mário Reali (PT), prefeito de primeiro mandato. O PT administra a cidade há 23 anos.

Na vez do chefe do Executivo, o petista tentou mudar o discurso de uma nota só. "Não vou mais reclamar de dificuldades. Até porque daremos salto de qualidade no próximo ano", garantiu, referindo-se à aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos Precatórios (dívidas judiciais) pela Câmara Federal dia 25 de novembro. Agora, terá de passar pelo Senado.

O prefeito de Diadema liderou a Frente Nacional dos Prefeitos a favor da PEC, que altera o regimento para o pagamento dos precatórios nos municípios e nos Estados. Para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), a emenda constitucional é taxada como a "PEC do Calote".

Reali ressaltou que a cidade é politizada. "O povo fiscaliza e cutuca a barriga do prefeito, assim como os vereadores", afirmou o petista, ao acrescentar a Educação como prioridade do governo, porque "temos rede de Saúde como poucas no Brasil".

Comentário que chamou atenção de Lauro Michels (PSDB), vereador da bancada de oposição. "Diadema, agora é o País das Maravilhas. Nem eu sabia", ironizou o tucano.

Apenas Irene dos Santos (PT) e José Francisco Dourado, o Zé Dourado (PSDB), não compareceram na sessão. Outra ausência comentada nos bastidores da Casa era a do vice-prefeito Gilson Menezes (PSB).




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