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Orçamento dos Jogos de Atenas supera valor estimado
Da AFP
27/08/2004 | 17:50
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A Grécia deverá pagar durante muitos anos a enorme conta olímpica, calculada em mais de sete bilhões de euros, um número muito acima de seu objetivo inicial, que marcava um gasto de 4,6 bilhões de euros.

De acordo com um informe do banco privado Alpha Bank, o esforço realizado por Atenas para as Olimpíadas constituiu "o investimento público mais importante da história moderna da Grécia".

Uma coalizão de movimentos de esquerda, ‘Campanha anti-2004’, denunciou o "enorme custo" e as "graves conseqüências econômicas sociais e meio-ambientais" dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 para a Grécia.

Durante a primeira semana de competição, o secretário de Estado das Finanças, Petros Dukas, afirmou que o custo para o orçamento público seria um bilhão de euros mais elevado do que previam as últimas estimações de julho, que definiram um orçamento total de seis bilhões para os Jogos.

O ministro da Economia e das Finanças, Georges Alogoskoufis, considerou que o anúncio de Dukas era prematuro, e repreendeu o secretário.

Desde então, o governo grego vem adiando qualquer anúncio definitivo. "A discussão sobre o custo das Olimpíadas será mantida depois dos Jogos, no momento oportuno", declarou o secretário-geral do ministério da Imprensa, Panos Livadas.

Além disso, os sete bilhões anunciados não incluem o dinheiro gasto diretamente pelo ATHOC (Comitê Organizador dos Jogos), cujo orçamento se eleva a dois bilhões de euros.

Este orçamento tem a vantagem de ser equilibrado graças a diversos recursos: direitos televisivos, patrocínio, venda de produtos derivados, entradas...e uma subvenção de 300 milhões de euros concedida pelo governo.

Também não estão incluídos importantes projetos de infra-estrutura nos setores dos transportes e da cultura, essenciais nos Jogos: a grande auto-estrada de Atica, o trem suburbano, as diversas extensões do trem subterrâneo e o grande passeio arqueológico do centro da cidade. O custo destas obras foi estimado em 3,5 bilhões de euros, pagos em grande parte pela UE (União Européia).

Ao contrário de outros países organizadores, a Grécia não recorreu ao setor privado para a construção de suas instalações, e foram desta forma os contribuintes que financiaram as obras, com a única exceção do estádio de futebol de Karaiskaki, em Atenas.

A maioria das modificações orçamentárias foram registradas em 2004, quando as obras olímpicas tiveram de ser aceleradas para serem terminadas à tempo. Os custos prováveis em 2004 foram avaliados por Dukas em três bilhões de euros, em vez do 1,4 bilhão previsto.

De acordo com o estudo de Alpha Bank, 40% das modificações estão relacionadas aos gastos em segurança. O último número fornecido pelas autoridades gregas destaca um aumento da conta da segurança, que passou de 650 milhões de euros a 1,2 bilhão.

A aceleração imprevista dos gastos em 2004 também terá conseqüências na dívida do governo grego. Esta se eleva no segundo semestre de 2004 a 195,739 bilhões de euros, contra 178,188 no mesmo período do ano passado, ou seja, um aumento de 9,8%, segundo a agência ANA, que cita números publicados pela tesouraria-geral do Estado e que atribui este aumento aos empréstimos que teve de solicitar a Grécia para financiar os Jogos.

Os gregos também deverão pagar importantes custos de manutenção de suas várias novas instalações. Segundo as estimações, o custo da manutenção das obras olímpicas varia entre 25 e 125 milhões de euros por ano.

A partir de setembro, o governo lançará ofertas de licitação para a venda ou o aluguel das instalações olímpicas, e uma empresa foi criada para gerenciar o futuro de quinze destes locais.




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