De acordo com um informe do banco privado Alpha Bank, o esforço realizado por Atenas para as Olimpíadas constituiu "o investimento público mais importante da história moderna da Grécia".
Uma coalizão de movimentos de esquerda, ‘Campanha anti-2004’, denunciou o "enorme custo" e as "graves conseqüências econômicas sociais e meio-ambientais" dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 para a Grécia.
Durante a primeira semana de competição, o secretário de Estado das Finanças, Petros Dukas, afirmou que o custo para o orçamento público seria um bilhão de euros mais elevado do que previam as últimas estimações de julho, que definiram um orçamento total de seis bilhões para os Jogos.
O ministro da Economia e das Finanças, Georges Alogoskoufis, considerou que o anúncio de Dukas era prematuro, e repreendeu o secretário.
Desde então, o governo grego vem adiando qualquer anúncio definitivo. "A discussão sobre o custo das Olimpíadas será mantida depois dos Jogos, no momento oportuno", declarou o secretário-geral do ministério da Imprensa, Panos Livadas.
Além disso, os sete bilhões anunciados não incluem o dinheiro gasto diretamente pelo ATHOC (Comitê Organizador dos Jogos), cujo orçamento se eleva a dois bilhões de euros.
Este orçamento tem a vantagem de ser equilibrado graças a diversos recursos: direitos televisivos, patrocínio, venda de produtos derivados, entradas...e uma subvenção de 300 milhões de euros concedida pelo governo.
Também não estão incluídos importantes projetos de infra-estrutura nos setores dos transportes e da cultura, essenciais nos Jogos: a grande auto-estrada de Atica, o trem suburbano, as diversas extensões do trem subterrâneo e o grande passeio arqueológico do centro da cidade. O custo destas obras foi estimado em 3,5 bilhões de euros, pagos em grande parte pela UE (União Européia).
Ao contrário de outros países organizadores, a Grécia não recorreu ao setor privado para a construção de suas instalações, e foram desta forma os contribuintes que financiaram as obras, com a única exceção do estádio de futebol de Karaiskaki, em Atenas.
A maioria das modificações orçamentárias foram registradas em 2004, quando as obras olímpicas tiveram de ser aceleradas para serem terminadas à tempo. Os custos prováveis em 2004 foram avaliados por Dukas em três bilhões de euros, em vez do 1,4 bilhão previsto.
De acordo com o estudo de Alpha Bank, 40% das modificações estão relacionadas aos gastos em segurança. O último número fornecido pelas autoridades gregas destaca um aumento da conta da segurança, que passou de 650 milhões de euros a 1,2 bilhão.
A aceleração imprevista dos gastos em 2004 também terá conseqüências na dívida do governo grego. Esta se eleva no segundo semestre de 2004 a 195,739 bilhões de euros, contra 178,188 no mesmo período do ano passado, ou seja, um aumento de 9,8%, segundo a agência ANA, que cita números publicados pela tesouraria-geral do Estado e que atribui este aumento aos empréstimos que teve de solicitar a Grécia para financiar os Jogos.
Os gregos também deverão pagar importantes custos de manutenção de suas várias novas instalações. Segundo as estimações, o custo da manutenção das obras olímpicas varia entre 25 e 125 milhões de euros por ano.
A partir de setembro, o governo lançará ofertas de licitação para a venda ou o aluguel das instalações olímpicas, e uma empresa foi criada para gerenciar o futuro de quinze destes locais.
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