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Modelo bicombustível da Volks usa tecnologia Rhodia
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
29/03/2003 | 23:52
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  O carro bicombustível (álcool e gasolina) da Volkswagen, o Total Flex, lançado na semana passada, tem uma nova tecnologia em plástico desenvolvido pela Rhodia Engineering Plastics, localizada em São Bernardo.

Com o novo item, para a produção dos dutos do sistema de alimentação do carro, e outros lançamentos para o setor automotivo neste ano, a empresa do grupo Rhodia quer crescer 10% em faturamento em 2003. No ano passado, obteve US$ 50 milhões em vendas.

Segundo o vice-presidente da Rhodia EP, Francisco Ferraroli, as companhias de sistemas de autopeças Magnetti Marelli e Bosch procuraram a empresa há cerca de cinco meses com um desafio. “Eles tinham de desenvolver um sistema inteligente para identificar o combustível colocado para ajustar a mistura, sistema batizado de flex fluel”. Havia interesse em utilizar poliamida (tipo de plástico) no circuito de alimentação, mas a oferecida até então não era a mais adaptada ao álcool puro.

O desenvolvimento do produto ocorreu em tempo recorde de 90 dias, bem menos do que o prazo normal de pelo menos seis meses. Com isso, a empresa passou a oferecer um material especial, que não sofre degradação durante o tempo de vida útil do veículo, para a produção dos dutos.

Outro produto da Rhodia Engineering Plastics e que passa a ser oferecido este ano a montadoras e autopeças é uma nova poliamida chamada Technylstar. O produto foi desenvolvido na Polônia há quatro anos e é diferente dos itens convencionais, por possuir fluidez mais elevada. “Comporta-se nos moldes quase como se fosse água”, disse o executivo.

Por meio dela, pode-se fazer peças mais complexas (por exemplo, coletores de admissão) e também peças grandes (coberturas do motor). Além disso, ofereceria economia de pelo menos 20% no processo de moldagem.

Inicialmente, a empresa vai importar a Technylstar, mas no futuro – o prazo dependerá da demanda – está prevista a fabricação no Brasil, já que os custos de tarifa, fretes e do câmbio encarecem o item, fazendo com que fique com valor em torno de 50% mais alto do que o produto tradicional.

Em 2004, a Rhodia EP passará a trazer a resina para produzir o plástico aqui e em uma segunda etapa, iniciará a fabricação, que demandará investimento de US$ 15 milhões a US$ 20 milhões. Mas a empresa já investirá neste ano US$ 1 milhão em melhorias no processo produtivo e outro US$ 1 milhão no ano que vem para a primeira etapa de produção do item.

Para Ferrarolli, a utilização do plástico na indústria automotiva é uma tendência que está se fortalecendo. Ele afirmou que nos últimos cinco anos, o percentual de materiais plásticos nos veículos dobrou de aproximadamente cinco quilos para dez quilos. Ele citou os coletores de admissão, que antes eram feitos de aço e alumínio e autalmente, muitos são de plástico.




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