Os efeitos das medidas do governo federal para frear o consumo ganham força com os compradores paulistas menos dispostos a adquirir bens duráveis durante o terceiro trimestre. No período, o maior recuo frente a 2010 foi registrado para os automóveis (24,2%) e linha branca (22,6%).

Por causa do aumento do custo do crediário, os paulistas estão mais cautelosos na hora de fazer compras a prazo, aponta o estudo do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração. Mesmo assim, 72,4% dos entrevistados continuam dispostos a comprar bens duráveis. No mesmo período de 2010, o número chegou a 75,6%.

O presidente do conselho do Provar, Claudio Felisoni de Angelo, disse que o resultado da pesquisa deve ser motivo de preocupação para o governo, que espera queda do consumo com as medidas de restrição ao crédito adotadas recentemente para segurar a inflação.

CENÁRIO - Em sete das dez categorias pesquisadas sobre compras no crediário, houve redução do desejo de consumo. Os eletroeletrônicos mantêm-se à frente na preferência com 12,8% . Esse percentual é ligeiramente superior ao registrado no segundo trimestre (12%) e supera o índice medido no ano passado (10,4%).

Na segunda posição estão os produtos de informática (11,4%). Cine e foto ocupam o terceiro lugar, com queda de 15,8% em relação a 2010 (de 12,6% para 10,6%).

A queda da intenção de consumo, segundo Felisoni, está diretamente associada ao aumento da taxa média anual de juros, que passou de 41,5% em maio de 2010 para 46,8% em maio.