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Prisão de Lula põe em dúvida projetos majoritários petistas

Se ex-presidente seguir em Curitiba, será a primeira eleição que Marinho disputará sem a presença do padrinho político

Junior Carvalho
do Diário do Grande ABC
22/04/2018 | 07:16
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DGABC


A manutenção da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) coloca em xeque a viabilidade de candidaturas de petistas da região que sempre pediram votos colados no líder do partido, como o ex-prefeito de São Bernardo Luiz Marinho, que representará o petismo na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.

Se o ex-presidente seguir preso até o pleito, em 7 de outubro, será a primeira eleição em que Marinho pedirá votos sem a presença do padrinho político. Prefeito de São Bernardo – berço do partido – por duas ocasiões (2009-2012 e 2013-2016), Marinho foi às ruas nos dois pleitos ao lado do ex-presidente. A presença de Lula na disputa inicial, em 2008, foi mais constante, já que Marinho, embora tivesse sido ministro do Trabalho e da Previdência e presidente do Sindicato dos Metalúrgicos antes de chegar ao comando do Paço, ainda patinava nas pesquisas e era pouco conhecido do eleitorado.

Já na concorrência seguinte, de 2012, a presença de Lula na campanha de Marinho à reeleição foi menor, até em função da condição de saúde do ex-presidente, que naquela época foi diagnosticado com câncer na laringe.

Além de possível ausência de Lula no páreo, o cenário do pleito deste ano é atípico para o petismo, que perdeu o comando de diversas prefeituras nas eleições municipais de 2016 – sobretudo no Grande ABC, onde não elegeu nenhum prefeito – e, consequentemente, os palanques nos municípios paulistas. Para se fortalecer na disputa, Marinho disputou a presidência do PT estadual com as bênçãos de Lula e, no mês passado, venceu o ex-prefeito Elói Pietá (de Guarulhos) nas prévias do partido para a escolha do candidato petista a governador.

DISPUTA PRESIDENCIAL
As incertezas sobre a viabilidade da candidatura de Lula também afetam a disputa presidencial, avaliam cientistas políticos. O petista foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, no Litoral, e está preso desde o dia 7. Em tese, pode ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, mas, a princípio, não se fala em plano B. “Essa eleição já está sendo afetada, uma vez que todo o processo que antecede a realização do pleito está sendo conduzido a partir desta incerteza quanto a termos ou não a candidatura do ex-presidente Lula. Como ele é o único político com chances reais de vencer esse pleito e as demais pré-candidaturas com alguma chance de ir para o segundo turno com ele não apresentaram seus programas políticos ficamos em compasso de espera deste desfecho”, destaca a cientista política Maria do Socorro Sousa Braga, da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos).  




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