Economia Titulo Em fevereiro
Faturamento de micro e pequenas do Grande ABC tem aumento de 18%

Resultado é sinal da retomada econômica; no Estado, alta foi de 10,5%

Flávia Kurotori
especial para o Diário
19/04/2018 | 07:27
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Após encerrar 2017 no vermelho, as MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC sinalizam para retomada. Se comparado com o mesmo mês do ano passado, o faturamento de fevereiro cresceu 18%, conforme dados do Sebrae-SP, divulgados ontem. Considerando o bimestre, a alta foi de 14,2% e, ante janeiro, aumento de 10,7%.

Ainda que a entidade não levante valores absolutos, com base em informações fornecidas em fevereiro do ano passado é possível estimar que entraram no caixa dessas firmas cerca de R$ 330 milhões a mais, totalizando R$ 2,17 bilhões no segundo mês de 2018. Já no bimestre, o faturamento aproximado chegou a R$ 4,13 bilhões.

Paulo Sérgio Cereda, gerente regional do Sebrae-SP, avalia que os bons números são reflexo da retomada gradual da economia, além da base de comparação, ou seja, dos resultados anteriores, serem ruins. “As coisas (a economia) voltaram a andar em 2017, mas é preciso manter este ritmo de crescimento para alcançarmos os patamares que estávamos em 2014, quando a crise começou”, comenta.

No entanto, a região, por depender das indústrias, sofreu queda mais acentuada na crise e, consequentemente, a recuperação é mais lenta. “Quando a cadeia produtiva não expande, prejudica as pequenas empresas que, por sua vez, são dependentes das grandes empresas”, destaca.

Segundo o especialista, um dos fatores que freiam a retomada são as altas taxas de juros praticadas pelas instituições financeiras. “Não adianta a Selic (taxa básica de juros) ser a mais baixa da história se os juros dos bancos ainda estão nas alturas”. Vale lembrar que a Selic está em 6,5%, enquanto o juro do cartão de crédito é de 12,77% ao mês e o de empréstimo pessoal, de 4,12% ao mês, de acordo com dados da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade) referentes a março.

Outro ponto que pode atrapalhar o desempenho das pequenas firmas em 2018 é a incerteza política, causada pela indefinição sobre candidatos. “O que será do País? Será que o próximo eleito vai colocar na agenda todas as reformas necessárias, como as da Previdência e a tributária?”, pondera Cereda.

No Estado de São Paulo, os ganhos das MPEs tiveram alta de 10,5% em fevereiro, considerando o mesmo mês de 2017, totalizando R$ 58,1 bilhões.




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