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Jackson é mostrado como pedófilo reincidente em julgamento
Da AFP
12/04/2005 | 20:01
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O cantor americano Michael Jackson foi retratado como um homem que ama viver cercado de meninos, com os quais brinca, dorme e toma banho, segundo os testemunhos apresentados nos últimos dias ao tribunal que julga o astro pop por abuso sexual de um menor.

A maioria das testemunhas convocadas a depor sobre antigas acusações de abuso sexual de cinco menores na década de 1990 já se apresentou ao tribunal de Santa Maria (Califórnia), que julga o astro.

"O júri tem a imagem de um homem que adora passar tempo de forma pouco habitual com meninos. É um retrato de Michael Jackson que o prejudica. Ele quer dormir com eles, viajar com eles, tomar banho com eles", disse Jim Morer, um dos juristas que acompanham o caso.

Jackson, 46 anos, é acusado de abuso sexual de um menino de 13 anos entre fevereiro e março de 2003, em seu rancho Neverland. Ele ouviu impassível, durante mais de uma semana, oito depoimentos acusadores relativos a fatos supostamente ocorridos nos anos 90.

O cantor, às vezes chamado de 'Bambi' por sua imagem eternamente infantilizada, nunca escondeu que ama viver cercado de meninos. Em um documentário britânico, ele reconheceu ter compartilhado a sua cama com um menino de 13 anos.

A mãe de uma suposta vítima disse que o seu filho havia dormido muitas vezes no quarto do cantor, em 1993, durante visitas à seu rancho ou em viagens a Las Vegas, Flórida, Mônaco e Nova York. Jackson lhe disse que eles formavam "uma família", afirmou a testemunha.

"Somos uma família, ele (o menino) está se divertido, por que não podemos dormir juntos?", teria perguntado Jackson à mulher. "Por que não confia em mim?", acrescentou, enquanto "chorava e tremia" de angústia.

Outra testemunha, Bob Jones, ex-assessor de imprensa do cantor, contou que ao voltar de uma viagem a Mônaco, o astro pop e o menino dormiam "abraçados e Michael Jackson lambeu sua cabeça".

Na semana passada, o júri também ouviu vários depoimentos chocantes e explícitos sobre o comportamento do cantor com meninos. Ralph Chacon, um ex-segurança em Neverland, disse ter visto em 1993 o cantor "acariciando o cabelo de um menino, estava beijando-o, beijando seus mamilos". Logo, segundo a testemunha, Jackson pôs "o pênis do menino em sua boca".

Em outro testemunho, um homem jovem, filho de uma ex-empregada do rancho, contou ter sido acariciado por Jackson no início da década de 90. Em uma ocasião, ele estava sentado perto do cantor quando Jackson começou a lhe fazer cócegas. "De alguma forma, acabamos no chão. De alguma forma, ele passou para minhas partes íntimas, onde estão meus genitais", afirmou, contando que o músico teria tocado seus testículos por dois ou três minutos.

A mãe do rapaz, ex-governanta de Jackson, disse ter visto o cantor tomando banho com um menino australiano de sete ou oito anos, e também deitado em um saco de dormir com seu filho em um quarto escuro, assistindo televisão. A mulher contou ainda que meninos dormiam com freqüência no quarto de Jackson, onde às vezes se viam "roupas de criança no chão".

Outra ex-empregada, Adrian McManus, disse ter visto o cantor beijar três meninos e tocar suas nádegas ou a braguilha. Ele acrescentou que estes meninos normalmente dormiam na cama do cantor entre 1991 e 1994.

Todos estes testemunhos sustentam a tese da acusação, que pinta Michael Jackson como um pedófilo reincidente que não consegue dominar sua atração por meninos. O chefe da defesa, Tom Mesereau, tenta, por sua vez, desacreditar todos estes depoimentos, insistindo em suas motivações econômicas para acusar o cantor.

Padastro - O padrasto do adolescente que acusa Michal Jackson de abuso sexual depôs nesta terça-feira no julgamento do astro pop, afirmando que a personalidade de seu enteado mudou radicalmente na época dos supostos fatos e garantiu ter recebido um telefonema desesperado da mãe do rapaz, feita do rancho 'Neverland', onde alegou que estava seqüestrada para evitar escândalo.

"Ela me disse que não a deixavam ver seus filhos, que a estavam seguindo" e que constantemente tinha alguém junto dela, contou o homem, que se casou com a mulher há um ano.

A acusação afirma que a família ficou seqüestrada no rancho por pessoas ligadas a Michael Jackson, que a manteve ali até que aceitou filmar um vídeo no qual declarou que o jovem não tinha sofrido abusos.

Depois da estada forçada em 'Neverland', contou o reservista, a mulher recebia ligações de um funcionário de Jackson a cada 15 ou 20 minutos. Ela "chorava todo o tempo, enquanto tinha aquelas conversas" com o funcionário de Michael Jackson, contou.




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