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No Grande ABC, cesta básica encarece R$ 10 em um ano

Em março, kit custava R$ 559,26, alta de 1,84%; no período, porém, houve deflação de 1,37% nos preços

Flávia Kurotori
especial para o Diário
07/04/2018 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Encher o carrinho de compras nos supermercados da região ficou R$ 10,11 mais caro em um ano. Em março de 2017, o custo médio da cesta básica era de R$ 549,15 e, neste ano, foi de R$ 559,26 – alta de 1,84%. Porém, no período, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) dos alimentos registrou deflação de 1,37%. Ou seja, ainda que a inflação tenha recuado, o preço do kit aumentou.

Os dados são de levantamento mensal realizado pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), que considera 34 produtos necessários para suprir uma família de quatro pessoas por um mês.

Na avaliação de Fábio Vezzá De Benedetto, engenheiro agrônomo e coordenador do estudo, os itens de hortifrúti são os responsáveis pelo maior peso no bolso. “Eles oscilam muito por causa do clima, e como neste ano o fim do verão atrasou, tivemos temperaturas mais altas e chuvas fortes por mais tempo, o que fez com que os preços desses produtos subissem”, explica.

Há um ano, o vilão da cesta era o tomate, com incremento de 27,72% e custando R$ 4,74 o quilo. Em 2018, o fruto é encontrado por R$ 5,52 (quilo) – 16,45% mais. Do mesmo modo, a batata era comprada por R$ 2,28, ante R$ 2,39 em 2018 – 4,82% mais cara.

Por outro lado, Lorinaldo Feliciano da Silva, gerente do Nagumo, em Santo André, afirma que o valor dos produtos oscilou, porém, dentro do esperado. “No geral, os preços estão estáveis, e os clientes se queixam menos, diferentemente do ano passado.”

Vale lembrar que, conforme explicam especialistas, o consumidor não sente a deflação nos alimentos, pois a maioria dos itens que entram no carrinho é industrializada, e o índice é composto por produtos in natura – que, por outro lado, são mais suscetíveis a fatores climáticos.

EM 30 DIAS
Se comparado a fevereiro, o custo da cesta básica ficou estável, passando de R$ 560,86 para R$ 559,26 (-0,28%). O quilo da batata está mais barato pelo segundo mês consecutivo, com decréscimo de 9,25% – de R$ 2,63 para R$ 2,39. “Ela (a batata) ficou muito cara no início do ano (em janeiro, subiu 31,66%, custando R$ 3,14) e acabou diminuindo a demanda por ela e, consequentemente, o seu preço”, contextualiza De Benedetto.

A unidade da alface também está 8,23% mais em conta, seguida pelo pacote de 200 gramas da bolacha salgada. O custo das folhas recuou de R$ 5,52 para R$ 5,23, enquanto o do biscoito, de R$ 1,99 para R$ 1,84.

Os vilões que impediram a redução do valor do kit foram os ovos e a banana. No primeiro caso, o preço da dúzia do produto aumentou R$ 10,89% – salto de R$ 5,42 para R$ 6,01. “Eles (os ovos) são uma opção barata de proteína, além de serem um alimento ‘da moda’ (um dos preferidos do público fitness). Com o aumento da demanda, a tendência é que o custo suba”, justifica o engenheiro agrônomo da Craisa.

Para se ter ideia, por conta da diminuição da procura, em detrimento da preferência pelos ovos, o preço do quilo da carne bovina de primeira está 4,6% menor – de R$ 22,77 para R$ 21,73. Do mesmo modo, o corte de segunda está 3,61% mais barato, caindo de R$ 15,49 para R$ 14,93.

Já o quilo da banana encareceu 10,44%, sendo encontrado a R$ 3,56, contra R$ 3,22 no mês anterior. “A fruta amadurece mais rápido quando as temperaturas estão mais altas e, por isso, parte da produção acaba sendo perdida”, aponta De Benedetto.
 




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