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Brastemp fecha fábrica e demite 430 trabalhadores
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
15/01/2007 | 23:30
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A fábrica da Whrilpool – antiga Multibrás e fabricante de fogões da marca Brastemp – vai fechar as portas da unidade que fica no Jardim Santa Emília, divisa de São Paulo com São Bernardo. O anúncio da decisão da empresa foi dado nesta segunda-feira aos 880 empregados da planta, o que implica na demissão de 430 pessoas que trabalhavam na linha de produção – muitos moradores do Grande ABC. Os demais funcionários serão tranferidos ou permanecerão no setor administrativo.

Em contrapartida, os trabalhadores resolveram em assembléia realizada na tarde desta segunda-feira acampar na empresa para barrar a saída de produtos da unidade. Além disso, não aceitaram a proposta de PDV (Programa de Demissão Voluntária) e prometem protestos nesta semana.

Segundo a empresa, a produção irá para a unidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, onde já são fabricados fogões da Consul, outra marca da multinacional, e máquinas de lavar roupa de ambas. Em um comunicado à imprensa, a Whirlpool afirma que não se justifica a existência de uma fábrica apenas de um produto, e essa foi a solução encontrada para melhorar a competitividade da empresa.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Eleno José Bezerra conta que a empresa também justificou a queda nas exportações em 30% e o câmbio desfavorável como determinantes para o encerramento das atividades da unidade. “Eles se dizem prejudicados com o acordo do Brasil com a Argentina, que limitou as exportações dos produtos, além do alto custo operacional local”, afirma.

A empresa confirmou que cerca de 430 trabalhadores serão desligados e 150 serão transferidos para Rio Claro. Segundo o sindicato, a multinacional está oferecendo meio salário por ano trabalhado, mas com o teto de R$ 5 mil de benefício.

Bezerra explica que o sindicato procurou a empresa para negociação, mas não houve um primeiro acordo. “Se o problema é impostos, vamos ajudá-los a negociar com o município ou o estado. Queremos discutir o problema da unidade, mas eles não querem”, diz.

O sindicato também construiu uma proposta em caso de fechamento da unidade, que foi aprovada nesta segunda-feira pelos trabalhadores e que será levada a Whrilpool. A reivindicação é de um salário nominal por ano de empresa para o desligamento, 12 meses de cesta básica, recolocação no mercado de trabalho e estabilidade de um ano.

Nesta terça-feira, uma nova assembléia será realizada, antes do encontro entre a empresa e o sindicato para decidir o futuro da unidade.



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