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Sesi traz teatro do nosso tempo
Mauro Fernando
Do Diário do Grande ABC
11/11/2003 | 19:19
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Noite de Réveillon, pouco antes da meia-noite. Numa esquina, Mag olha para uma janela. Espera pelo amante, que está com a família. Do nada, surge Jarbas, que ela não conhece. Trava-se, então, um embate entre a realidade e a fantasia. A peça Alta Noite, do baiano Elisio Lopes Jr., abre nesta quarta a segunda edição da Mostra de Dramaturgia Contemporânea no Teatro Popular do Sesi de São Paulo.

Seis montagens compõem o projeto, idealizado pelo Teatro Promíscuo (Renato Borghi, Débora Duboc, Luah Guimarãez e Elcio Nogueira Seixas) e abraçado pelo Sesi. As peças são apresentadas em duplas, por duas semanas – Alta Noite se faz acompanhar por El Muro de Berlim Nunca Existió, do uruguaio Luis Vidal Giorgi.

Braseiro, do cearense Marcos Barbosa, e Coiteiros de Paixões, do pernambucano Luiz Felipe Botelho, ficam em cartaz do dia 26 a 7 de dezembro. Então Felicidades, do português José Mora Ramos, e Mal Necessário, do paulista Cássio Pires, vai de 10 a 21 de dezembro.

“Na primeira mostra houve um recorte urbano, São Paulo foi o grande tema. Desta vez abrimos o leque, esta ficou mais diversificada”, diz Borghi. A curadoria do projeto (Borghi, Débora, Luah, Seixas e Fernando Bonassi) e os consultores Aimar Labaki e Silvana Garcia receberam cerca de 180 textos.

Dirigidos por Francisco Medeiros, Luah e o ator convidado Renato Modesto formam o elenco de Alta Noite. “Mag procura enxergar a vida pelo viés da análise de conveniências. Jarbas é o contrário. Diante da impossibilidade de viver a realidade, ele desenha o sonho”, diz Medeiros. São duas paralelas, que só se encontram no infinito.

Daniela Thomas assina a cenografia. Ela criou três instalações – cada uma, com pequenas modificações, abriga um par de peças. Antes de chegar em São Paulo, as montagens passaram por cidades onde o Sesi mantém núcleos de artes cênicas. Em agosto, Mauá recebeu Braseiro e Coiteiros de Paixões e Santo André, Mal Necessário e Então Felicidades.

Tusp – Com entrada franca, a XII Mostra Aberta de Teatro de Mauá prossegue nesta quarta, às 20h30, no Teatro Municipal (r. Gabriel Marquês, s/nº. Tel.: 4555-0086) com Interior, com o Grupo Tusp. Criada a partir de experiências pessoais dos atores, a peça tem direção de Abílio Tavares.

Sexualidade, preconceito e afeto são alguns dos temas que a montagem aborda em quase 80 cenas curtas baseadas em fatos reais – o que, somado à postura do elenco em cena, dá a Interior um caráter de espetáculo-depoimento. No palco, em menos de duas horas, 11 atores e quatro músicos.

Mostra de Dramaturgia Contemporânea – Teatro. Alta Noite, de Elisio Lopes Jr., direção de Francisco Medeiros, e El Muro de Berlim Nunca Existió, de Luis Vidal Giorgi, direção de Fernando Kinas: quartas a domingos, às 21h, até o dia 23. Com o Teatro Promíscuo. No Teatro Popular do Sesi – av. Paulista, 1.313, São Paulo. Tel.: 3146-7406. Entrada franca.




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