A Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovou o aumento de salário para ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e para o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. Com isso, eles terão os vencimentos reajustados de R$ 24.500 para R$ 25.725.

A decisão ocorreu de forma discreta, no dia 29 de agosto, exatamente um dia depois de os ministros do STF aceitarem as denúncias contra as 40 pessoas acusadas de envolvimento com o escândalo do ‘Mensalão’ (espécie de ‘mesada’ paga a parlamentares da base aliada para que votassem a favor de projetos de interesse do governo), que tinham sido justamente protocoladas por Fernando de Souza.

Agora, para entrar em vigor, a proposta precisa receber parecer favorável da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara para depois ser votada em plenário. O deve causar um efeito cascata no Judiciário de todo o país e gerar um impacto de mais de R$ 100 milhões aos cofres públicos.

De acordo com o líder do PT na Câmara, Luiz Sérgio (RJ), a proposta não tem como objetivo agradar os ministros do Supremo, que julgarão várias pessoas que fizeram e outras que ainda fazem parte da base aliada do governo devido ao envolvimento com o ‘Mensalão’.

Segundo ele, o projeto tramita desde o ano passado no Congresso Nacional e é apenas uma coincidência que ele tenha voltado à pauta justamente neste período.