Economia Titulo Paralisação
Continuidade da greve deve ser decidida hoje

Movimento perde força porque, na maioria dos Estados, funcionários dos Correios voltam à ativa

Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
14/03/2018 | 07:14
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Claudinei Plaza/DGABC


A continuidade da greve dos trabalhadores dos Correios da região e Grande São Paulo deve ser decidida ainda hoje em assembleia realizada pela Findect (Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores dos Correios). O movimento, porém, perde força, já que a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares), responsável pelos trabalhadores do Norte e Nordeste do País, além de Santos, anunciou ontem à noite o retorno às atividades. Com o saldo de três dias de greve no Grande ABC, a estimativa é a de que cerca de 60 mil encomendas estejam paradas nos centros de distribuição.

Questionados sobre a greve, os Correios afirmaram, por meio de nota, que 60% dos empregados da região estão trabalhando, e que as agências estão atendendo normalmente. Porém, a estimativa do Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Empresa dos Correios de São Paulo, Grande São Paulo e Zona Postal de Sorocaba) é a de que 70% dos trabalhadores – do total de 1.500 –, ou seja, 1.050, estejam paralisados.

“As agências, de fato, estão trabalhando, então é possível postar uma carta ou encomenda. Mas outra coisa é a carta chegar ao seu destino. A maior parte do movimento está concentrada nos carteiros e nos trabalhadores dos centros de distribuição, que estão em sua maioria parados”, afirmou o secretário-geral do sindicato Ricardo Adriani, o Peixe.

Na assembleia marcada para esta manhã, em que os trabalhadores vão votar pela manutenção ou interrupção da greve, o vice-presidente da Findect, Elias Cesário de Brito Júnior, o Diviza, vai apresentar o que foi conversado em reunião com os Correios na terça-feira. Também será discutida a questão do fechamento das agências e a extinção do cargo de OTT (Operador de Triagem e Transbordo), o que afetaria cerca de 300 profissionais do Grande ABC, responsáveis pela separação das encomendas.

“Eles disseram que essa questão não está decidida, que ainda está em análise. Já sobre a nossa preocupação de um possível fechamento de agências, eles disseram que, se isso acontecer, os funcionários serão realocados em outras unidades. Mas ainda não foi confirmado nada”, afirmou.

“No último fim de semana (10 e 11) os Correios já haviam colocado em prática seu plano de continuidade de negócios, de forma preventiva, para minimizar possíveis impactos à população. O plano continua vigente até o fim do movimento”, informou nota da empresa, que também destacou que não há previsão de abertura de concurso público neste ano. A criação de vagas é uma das principais bandeiras da paralisação da categoria.

PLANO DE SAÚDE - Os Correios afirmaram que as novas regras referentes aos planos de saúde começam a vigorar a partir da publicação da decisão no Diário da Justiça. O TST (Tribunal Superior do Trabalho) julgou parcialmente procedente o pedido de alteração no benefício na segunda-feira. Antes, o convênio era custeado (95%) pela estatal, incluindo os gastos dos dependentes, mas, com a decisão, os funcionários devem arcar com mensalidade, sendo que a cobrança dependerá da faixa salarial. Os dependentes continuam a ser atendidos, e os pais poderão usufruir do plano nos moldes atuais até 1º de agosto de 2019.

Diviza disse que o departamento jurídico quer entrar com recurso contra a decisão, no tribunal pleno do TST. “Esta questão já não é mais com os Correios. Estamos preparando documento para recorrer, o que deve ser feito na segunda-feira (19).” 




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