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Chegada da Vésper nao atinge operaçoes da Telemar
Do Diário do Grande ABC
15/01/2000 | 15:00
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A entrada em operaçao da Vésper ainda nao assustou a concorrência, segundo o coordenador de Planejamento Empresarial da Telemar no Espírito Santo, Ruy Dias de Souza, - onde a empresa-espelho iniciou as operaçoes em Vitória e Vila Velha desde o dia 10. "Por enquanto, nao sentimos nenhuma influência", afirma Souza.

"Estamos em uma situaçao cômoda, porque os preços deles sao mais altos do que os nossos", explica o executivo.

A principal diferença está nos valores da assinatura básica do aparelho. Enquanto a Vésper cobra R$ 382,23 como "taxa de ativaçao", no seu plano básico para assinante, e R$ 286,43 no plano para empresas, os valores cobrados pela Telemar-ES sao, pela ordem, R$ 16,49 e R$ 24,73.

"Queremos fazer a diferenciaçao pela qualidade dos serviços e nao no preço da habilitaçao", responde o vice-presidente da Vésper, Rafael Steinhauser. "De que adianta cobrarmos R$ 80 se você nao tem linha?", pergunta.

O prazo para entrega das linhas, no entanto, nao foi fixado pela Vésper. "Depende da fluência", afirma o vice-presidente. Outra novidade oferecida pela empresa é o plano "Vésper Ideal" - um serviço pré-pago que se baseia na venda de cartoes, tal qual já existe na telefonia celular. "O plano é para atender a quem quer um controle maior de seus gastos", afirma.

Delegacia - No Rio, mercado de maior demanda reprimida, a Vésper vai começar a entrar em operaçao aos poucos, por grupos de bairros, por causa da grande fluência, adianta Steinhauser.

Na semana passada, a empresa e a Telemar Rio protagonizaram um incidente que acabou na delegacia: a antiga Telerj cortou cabos da espelho que haviam sido colocados em suas caixas na Barra da Tijuca, na quinta-feira.

A Telemar chegou a registrar queixa de invasao de propriedade na 16.ª Delegacia de Polícia, na Barra. Mas no dia seguinte, as duas empresas divulgaram um comunicado, segundo o qual o caso estava superado e as duas companhias estavam negociando o uso compartilhado de redes de telefonia de residências e condomínios. "Nossa relaçao com a Telemar sempre foi muito boa e vai continuar boa", tranqüiliza Steinhauser, complementando que há espaço no mercado para duas empresas.

No Rio, pelo menos, a Vésper conta com a vantagem da imagem ruim da Telemar, lembra o diretor da Sociedade Brasileira de Telecomunicaçoes (SBT) Waldo Russo, da empresa Union Engenharia, especializada no setor. Uma herança deixada pela antiga estatal Telerj.

"Em outros estados, as companhias estatais já tinham boa imagem mas no Rio ela é horrível", atesta.

Intelig - Essa vantagem nao vai poder ser explorada pela Intelig, que irá concorrer com a Embratel a partir do dia 24, último dia do prazo para entrada em operaçao, segundo fonte ligada à empresa. "A Embratel tem uma imagem saudável no mercado", lembra Russo. A empresa-espelho de telefonia de longa distância mantém segredo sobre sua estratégia.

"O que existe sao conjecturas", afirmou Russo. Entre elas, a de que a empresa deve oferecer serviço de transmissao de dados e voz nos grandes centros. A empresa ainda tem de resolver também como será a saída da Sprint do consórcio controlador da Intelig, formado também pela National Grid e a France Telecom. A empresa vai ter de deixar a associaçao porque, no exterior, se fundiu com a MCI, proprietária da Embratel, sua concorrente.




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