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Congresso vota MP do salário mínimo na 4ª
Do Diário do Grande ABC
07/05/2000 | 17:10
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Apesar de o jogo político já estar definido e de a oposiçao nao contar mais com o PFL, a sessao da próxima quarta-feira do Congresso Nacional, em que será votado o projeto de conversao estabelecendo o salário mínimo de R$ 151, deve ensejar novas manifestaçoes sociais. A votaçao vai coincidir com o dia de protesto do "Grito da Terra". A Central Unica dos Trabalhadores (CUT) e a Confederaçao Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) esperam reunir cinco mil manifestantes na Esplanada dos Ministérios, entre esta segunda e quarta-feira.

O próprio ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Aloysio Nunes Ferreira, já disse que o governo está ciente da continuidade das mobilizaçoes e nao as menospreza. A luta da oposiçao, agora, será para manter o mais alto índice de dissidência na base do governo durante a votaçao do mínimo. Já os partidos aliados, sobretudo o PFL, querem dar uma clara demonstraçao de que as arestas foram aparadas na base e votar em peso com o governo. Quanto menor a dissidência, menor o risco de perder cargos e maior a chance de aumentar o poder político junto à Presidência.

"Vamos tentar manter a dissidência na base. Já contamos com 22 deputados do PMDB e vamos tentar superar os 213 votos da última sessao", disse o líder do PT na Câmara, Aloízio Mercadante. No último dia 26, o governo se assustou com o alto número de aliados que ficaram ao lado dos partidos oposicionistas. "Nao jogaremos a toalha até o último voto. Vamos manter a obstruçao, mas com certeza já nao contamos mais com os votos do PFL", afirmou, otimista, o deputado Paulo Paim (PT-RS).

Briga - Os aliados, em contrapartida, vao brigar para ver quem terá o menor número de dissidência, se o PFL ou o PMDB. O fato de o PFL ter abandonado o discurso aguerrido em favor do mínimo de R$ 177 e ter decidido votar com o governo deixou o Palácio do Planalto seguro para colocar o assunto em votaçao.

Os pefelistas se reúnem na quarta-feira, antes da votaçao, para evitar rebeldias dentro do partido. "A dissidência será a mínima possível, como ocorre normalmente com os outros partidos da base", assegurou o deputado Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL na Câmara.

O deputado Luiz Antônio de Medeiros (PFL-SP), que liderou a campanha pelos R$ 177, diz que a emenda apresentada ao projeto que será votada na quarta-feira garantiu êxito ao PFL. "Consultei os sindicatos para saber se poderia fazer esse acordo e tenho o compromisso do presidente Fernando Henrique de que em janeiro de 2001 estará aberta a discussao do reajuste do salário mínimo", justificou.

A emenda, acrescentada ao texto por Medeiros, diz que "será fixado um novo valor para o salário mínimo, entre janeiro e abril de 2001, desde que fontes adicionais de receita sejam identificadas ou que se promovam eventuais compensaçoes no Orçamento".

"O PMDB vai trabalhar para ter uma posiçao amplamente majoritária e para que as dissidências sejam pequenas", avisou o líder do partido na Câmara, Geddel Vieira Lima. O presidente nacional do PMDB, senador Jader Barbalho (PA), também aposta que o desempenho da bancada agradará ao presidente Fernando Henrique Cardoso.




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