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Chirac faz apelo contra o ‘não’ à Constituição Européia
Da AFP
26/05/2005 | 18:24
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O presidente francês, Jacques Chirac, disse nesta quinta-feira em rede nacional de rádio e TV que a rejeição da Constituição Européia pelos franceses no próximo domingo abrirá um período de "divisões e dúvidas" na Europa, que poderá se ver limitada a uma zona de livre comércio.

"Vamos tomar a posição de uma França forte. No próximo domingo, cada francês terá parte do destino da Europa em suas mãos", destacou Chirac, no momento em que as pesquisas apontam a vitória do "não" por 55% dos votos.

O líder francês, ferrenho defensor da Constituição Européia, advertiu que a Europa "não tem um plano alternativo" para enfrentar a rejeição do Tratado na França. "A Europa ficará perdida, em busca de um consenso impossível (...) Aqueles que têm uma concepção ultraliberal nos levarão a uma Europa sem ambições políticas, reduzida a uma zona de livre comércio, na qual os mais vulneráveis sofrerão mais".

Chirac lembrou que as 25 nações soberanas que fazem parte da União Européia se uniram para enfrentar os principais desafios econômicos, a luta contra as desigualdades, o terrorismo e a imigração ilegal, além de promover a paz e a justiça.

"Não devemos nos enganar com a decisão do próximo 29 de maio. A questão supera os desafios políticos tradicionais. Não se trata de escolher entre a direita e a esquerda, entre um governo ou outro. Estamos decidindo o futuro de nossos filhos, da França e da Europa".

O presidente francês afirmou que a Constituição garante um modelo social justo, o pleno emprego, a defesa do meio ambiente e o diálogo entre culturas. "Temos de dar uma resposta à globalização e enfrentar a competição econômica de Japão, China, Estados Unidos e Índia".

Chirac garantiu que nenhuma futura adesão ao bloco europeu, especialmente a da Turquia, poderá ser realizada sem um referendo em que os franceses possam expressar sua opinião. "Com a Constituição, a França ficará mais forte e mais influente. Poderá defender seus interesses e seguirá sendo um dos motores da Europa", estimou.

O presidente reconheceu que o debate sobre a Constituição Européia acabou refletindo o descontentamento dos franceses com o atual governo. "Responderemos a essas inquietações e expectativas com um novo impulso em nossa gestão", assegurou, admitindo implicitamente que haverá uma mudança governamental. Chirac deverá demitir o primeiro-ministro, Jean-Pierre Raffarin, algo aguardado por grande parte dos franceses.




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