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Petroquímicas dizem estar prontas para bug, mas 14 pararao
Do Diário do Grande ABC
29/12/1999 | 16:44
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Está tudo sob controle para o bug do ano 2000 na área de petroquímica, mas 14 unidades dos três pólos vao parar por prevençao e para manutençao. Além das nove unidades industriais petroquímicas do pólo de Camaçari (BA) que irao parar durante a virada do ano, no pólo petroquímico de Capuava (SP) também param três e em Triunfo (RS) duas. O que mais preocupa as centrais petroquímicas de Camaçari, Triunfo e Capuava, que alimentam de matérias-primas as indústrias dos pólos, é a manutençao do fornecimento de energia elétrica. Mas, ainda que a luz se apague, informam as centrais, nao haverá problemas fatais. Todos os sistemas apenas param de funcionar, sem causar explosoes ou acidentes.

A Companhia Petroquímica do Nordeste (Copene) tem geraçao própria de energia para seu consumo e até 60% da demanda do pólo de Camaçari. A Companhia Petroquímica do Sul (Copesul), central de matérias-primas do pólo de Triunfo, é totalmente independente, porque gera 100% da energia que consome.

A situaçao mais crítica é a da Petroquímica Uniao (PqU), de Capuava, que tem autonomia por apenas uma hora. "A partir de 26 de janeiro teremos um gerador próprio, usando o vapor que é um subproduto da central, com capacidade para 25 megawatts", explica o gerente de controladoria e finanças da PqU, Rubens Soter de Oliveira. Ele, que também gerencia o Projeto Révellion 2000 (operaçao para controlar o bug), afirma que, caso cesse o fornecimento de energia, o tempo de sustentaçao própria é suficiente para acionar o plano de contingência, para a parada da central sem prejudicar as cerca de 16 indústrias que dela dependem.

Custos do erro - A adaptaçao dos sistemas digitais de controle administrativo, operacional e de produçao na Copesul custou R$ 400 mil. Nesse valor nao estao incluídos os investimentos para a recente ampliaçao da produçao da central e a substituiçao de equipamentos obsoletos - fatos que por si só debelaram o problema do retrocesso de data.

Na PqU, o investimento foi de US$ 1,5 milhao, dos quais US$ 1 milhao só na área industrial, controlada por um único sistema. É na área industrial que ocorre o processo da tranformaçao da nafta em eteno e propeno, entre outras matérias-primas petroquímicas, enviadas para as indústrias de resinas termoplásticas do pólo.

Na passagem de 1999 para 2000, a PqU vai atender normalmente suas clientes do pólo, que recebem as matérias-primas por dutos. Mas a central nao receberá nafta da refinaria, também por dutos, porque formou estoque para cinco dias e dispensou o bombeamento da matéria-prima durante a noite de 31 de dezembro e a madrugada de primeiro de janeiro.

Rubens de Oliveira garante que nao haveria qualquer problema se fosse necessário manter o recebimento da matéria-prima. O processo de envio é apenas estancado, porque ao cessar a energia também pára a pressao e o material em trânsito volta ao tanque de origem.

A Copesul tem estoque de 85 mil toneladas de nafta, para sustentar o consumo do pólo de Triunfo por oito dias. Mesmo assim, o bombeio do insumo da refinaria da Petrobras para a central vai continuar durante a mudança de data. O executivo de engenharia da Copesul, Jaime Afonso dos Santos Hoefel, afirma que os estoques da central geralmente sao bem mais baixos. Por causa do bug, vao ocupar a capacidade total dos quatro tanques.

Paradas preventivas - De 31 de dezembro a primeiro de janeiro, em Capuava, uma unidade da OPP Petroquímica vai parar das 23h15 a 0h45, a da Solvay pára das 23h à 1h30 e a Polibrasil desliga os equipamentos das 19h às 3h. Segundo o gerente do bug na PqU, essas indústrias param apenas por prevençao.No pólo de Triunfo, que conta com nove indústrias (sete petroquímicas e duas de apoio), apenas uma entre as seis unidades do site da OPP Petroquímica irá parar, e uma entre as cinco do complexo da Ipiranga Petroquímica sai de operaçao. Segundo Jaime Hoefel, as duas unidades param por prevençao e aproveitam o período de 24 horas para manutençao.




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