Política Titulo Editorial
A vida é que está em jogo
Do Diário do Grande ABC
23/02/2018 | 12:12
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Quando o assunto em questão é o descaso com que administradores públicos tratam a Saúde não importa quantas vezes seja necessário voltar ao tema, sobretudo quando o objetivo é mostrar que as coisas não vão tão bem quanto se quer fazer crer. E, mais importante, é dar aos usuários a oportunidade de denunciar o péssimo atendimento e as condições precárias a que são submetidos quando precisam se socorrer da rede pública, invariavelmente alocada em prédios de estruturas precárias e equipamentos nem sempre nas melhores condições.

Há exceções, com certeza, mas este não é o caso, entre muitos outros, do Hospital Municipal de Diadema, como mostra este Diário na edição de hoje. Ou pode alguém, como o prefeito do município, Lauro Michels (PV), por exemplo, dizer que é normal pacientes à espera de procedimentos básicos em macas no corredor ou a falta de ambulância? Isso só para citar dois dos muitos problemas que fazem da unidade, já há longos anos, um local de calvário rotineiro para moradores que dependem daquela estrutura para garantir não apenas o direito à Saúde. Em muitos casos, o que está em jogo é a vida. 

Portanto, é inaceitável que o principal hospital da rede pública municipal de Diadema seja motivo de martírio para quem ali vai em busca de alívio. Não basta ter atendimento humanizado e eficiente por parte dos profissionais. Isso ajuda, mas não resolve. O que resolve é ter boa infraestrutura, o que inclui equipamentos de baixa, média e alta complexidades em perfeitas condições e espaços apropriados para abrigar os pacientes com conforto.

Ao que parece, o prefeito e seus principais auxiliares sabem que a unidade em questão já não está mais em condições de oferecer o atendimento que a população de Diadema merece. Não fosse assim, não estaria na Câmara, à espera de aprovação dos vereadores desde dezembro, projeto no qual a administração pede autorização para contrair empréstimo de R$ 125 milhões justamente para construir outro hospital municipal. Não se discute a necessidade, mas é preciso também responsabilidade. Afinal, Diadema vive às voltas com a falta de recursos, e um financiamento desse tamanho pode complicar mais, e não resolver.




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