Segundo a edição deste sábado do jornal New York Times, o Pentágono autorizou a partida de mais caças e bombardeiros para bases localizadas no Oriente Médio. Atendendo a uma ordem do secretário de Defesa, Donald Rumsfeld, já passaria de 500 o número de aviões de guerra na região do Golfo. Além dos caças, a frota aérea foi reforçada pelos B-51 e B-52 – bombardeiros de alta precisão usados na guerra do Vietnã. Um chefe militar do Uzbequistão afirmou à Agência France Presse que aviões militares americanos estão posicionados em um aeroporto militar do país, uma ex-república soviética próxima ao Afeganistão.
O reforço militar dos EUA não se limita ao arsenal aéreo. Na sexta-feira, o porta-aviões Kitty Hawk deixou Tóquio em direção ao Golfo levando cerca de 70 aeronaves de guerra. Neste sábado, o navio americano Essex deixou a base naval de Sasebo (Japão) rumo ao Oceano Índico.
Ainda neste sábado, o Pentágono ordenou a convocação de mais cinco mil reservistas para o reforço do contingente militar. Foram recrutados, só no final de semana, 5.172 reservistas da Força Aérea e da Guarda Nacional Aérea – o que eleva para 10.303 reservistas à disposição do governo.
Alianças - O Afeganistão está cada vez mais isolado diplomaticamente. Os Emirados Árabes Unidos, um dos três únicos países que reconhecem a legalidade do domínio talibã, anunciaram neste sábado o rompimento das relações bilaterais e ordenaram a retirada, em 24 horas, de todos os soldados do regime posicionado em território dos Emirados.
Os dois únicos países que continuam apoiando o Afeganistão passam por pressões americanas para contribuir em um eventual ataque contra o Talibã. O presidente Pervez Musharaf, do Paquistão, já se comprometeu a abrir o espaço aéreo aos caças americanos e a abrigar tropas dos EUA quando o ataque estiver próximo. Apesar do apoio governamental, a população paquistanesa mostra-se favorável ao Talibã e protesta nas ruas contra a ajuda norte-americana.
As maiores dificuldades para os EUA estariam na Arábia Saudita, segundo e último país oficialmente simpático ao Talibã. O jornal Washington Post deste sábado relata o esforço do secretário de Estado dos EUA, general Colin Powell, para que os árabes revejam suas restrições e liberem apoio logístico a um eventual ataque contra o Afeganistão.
Outra dificuldade dos EUA para atacar o Afeganistão, pelo menos nos próximos quatro dias, é a presença do papa João Paulo II no Casaquistão. O pontífice chegou neste sábado à ex-república soviética, em visita pastoral, e recomendou aos EUA o caminho do diálogo na resolução da crise criada pelos ataques terroristas.
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