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Carro é isca em leilão de centavos
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/03/2011 | 07:07
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Comprar um carro por 10% do valor de mercado? É isso que prometem sites de leilões de centavos, que ampliam popularidade com ofertas de prêmios que vão de celulares a apartamentos e automóveis. Embora tentem garantir a lisura, há quem desconfie da idoneidade desses arremates virtuais.

"Somos auditados por empresa reconhecida no mercado, além de adotarmos as mais modernas ferramentas de proteção contra ataques de ‘hackers'", afirma Guilherme Pizzini, sócio-fundador do Olho no Click, site de leilões de centavos que começou a operar em 2008.

Amanhã, a partir das 21h, a empresa receberá lances para a venda de um Volkwagen Gol 1.0. É o segundo modelo que a empresa oferta. O primeiro foi leiloado no dia 23 de fevereiro e arrematado por R$ 464,59. Os lances duraram mais de 30 horas.

A expectativa da empresa é que o leilão de amanhã dure cinco horas e que o site receba mais de 1.000 interessados em arrematar o produto.

Para participar do leilão do carro, o internauta deve fazer o cadastro no site do Olho no Click, adquirir um dos pacotes de lances disponíveis, a partir de R$ 30, e ficar de olho no tempo.

Cada participante pode dar quantos lances quiser no valor de R$ 0,01, desde que não seja consecutivamente, no tempo de 15 segundos. A cada lance oferecido, é acrescido o valor de R$ 0,01 no produto e o cronômetro é reiniciado, voltando a receber ofertas. Quando o cronômetro zerar, a pessoa a ter oferecido o último lance leva o produto pelo valor do arremate, mais o frete.

De acordo com Pizzini, o Olho no Click é um dos pioneiros no Brasil em leilões virtuais - opera desde 2008 e obedece às normas do comércio eletrônico, além de ser auditado pela BDO Auditores Independentes.

"Não promovemos jogos de azar. Somos transparentes e disponibilizamos todos os dados dos lances virtuais para acompanhamento ‘on-line' dos participantes, não deixando margem para dúvidas", disse

Mas há quem duvide. Embora não haja queixas nos Procons de São Paulo e Santo André em relação aos leilões virtuais, pessoas que já participaram duvidam quanto à identidade de alguns usuários. Em sites que registram queixas de consumidores, levantam suspeitas quanto a lances enventualmente programados pelos próprios sites. Também reclamam da atuação de grupos, que se organizam para ter mais chances contra usuários individuais.

"Para evitarmos que pessoas passem a ser profissionais, limitamos a cinco prêmios por CPF ao mês", disse Pizzini. Segundo ele, crianças não participam, pois os usuários têm de preencher uma ficha virtual com dados de vários documentos.

Já são estimados em 40 o número de sites de leilões de centavos. O modelo começou sete anos atrás na Alemanha. No Brasil, além do Olho no Click, os maiores são Mukirana, o Éh!Lance e Martela.

Só o Olho no Click faturou R$ 5 milhões no ano passado. Segundo seu fundador, a receita deve dobrar neste ano com mais oferta de prêmios.




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