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Aumenta ameaça contra Milosevic
Das Agências
26/12/2000 | 15:27
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Os reformistas do presidente iugoslavo Vojislav Kostunica, fortalecidos com a vitória nas eleiçoes legislativas na Sérvia, começaram a expulsar da hierarquia militar os altos dirigentes nomeados por Slobodan Milosevic e ameaçam perseguir judicialmente o ex-presidente.

Reunido nesta segunda-feira em Belgrado, o Conselho Supremo de Defesa, a mais alta instância federal em matéria de segurança, decidiu afastar três oficiais iugoslavos responsáveis por setores básicos em Montenegro.

Segundo o jornal montenegrino Pobjeda, estao neste caso o general Milorad Obradovic, comandante do Segundo Exército, mobilizado em Montenegro, o almirante Milan Zec, comandante da Marinha Federal, e o coronel Luka Kastratovic, responsável pela segurança do aeroporto da capital de Montenegro, Podgorica.

No entanto, fontes oficiais nao confirmaram a informaçao de Pobjeda. O Conselho Sepremo de Defesa se reuniu domingo, no dia seguinte da vitória da Oposiçao Democrática da Sérvia (DOS), a coalizao de Kostunica (com 18 partidos), que obteve mais de dois terços das cadeiras do parlamento sérvio, 176 de 250, nas eleiçoes legislativas.

A reuniao permitiu ao presidente de Montenegro, Milo Djukanovic, efetuar sua primeira visita a Belgrado desde sua ascensao ao poder de Podgorica, em janeiro de 1998.

Montenegro, que desde 1992 forma junto com a Sérvia a República Federal da Iugoslávia (RFI), mantinha muito más relaçoes com o regime de Milosevic, e seus dirigentes mostravam cada vez mais sua vontade de independência.

Desde a chegada à presidência iugoslava de Kostunica, dia 7 de outubro passado, as relaçoes entre Belgrado e Podgorica melhoraram, embora Djukanovic nao tenha reconhecido formalmente a nova autoridade federal.

Segundo Pobjeda, o chefe do Estado Maior do exército iugoslavo, o general Nebojsa Pavkovic, ordenou além disso o desmantelamento do VII batalhao, uma unidade da polícia militar iugoslava particularmente temida, instalada por Milosevic em Montenegro.

Este expurgo no exército iugoslavo em Montenegro coincide com os apelos de dirigentes que exigem o julgamento de integrantes do antigo regime, que abusaram de sua posiçao durante os últimos anos, entre eles Milosevic.

O futuro primeiro-ministro da Sérvia, Zoran Djindjic, declarou neste final de semana que em janeiro próximo poderia abrir um processo contra Milosevic, por corrupçao e, talvez, mais adiante, por crimes de guerra.

Milosevic já foi acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) para a ex-Iugoslávia em Haia por crimes de guerra em Kosovo, mas Belgrado prefere que compareça à justiça na Sérvia.

As autoridades da RFI e da Sérvia sao reticentes à idéia de entregar Milosevic ao TPI e a outros quatro responsáveis iugoslavos também acusados pela justiça internacional.

Um deles, Milan Milutinovic, continua exercendo a presidência da Sérvia e seu mandato expira em 2002.

A maioria dos sérvios acham que Milosevic deve responder ante a justiça de seu país e nao ante o TPI, que consideram um feudo dos Estados Unidos.




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