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Médico defende tratamento com adesivos de nicotina
Do Diário do Grande ABC
04/11/1999 | 18:11
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O médico dinamarquês Karl Fagerström defende no sábado, no Simpósio Internacional sobre Tratamento do Tabagismo, que se mantenha a dependência de nicotina em pessoas que deixaram de fumar, para evitar que elas retomem o hábito de fumar. Para o médico, uma recaída do paciente é mais prejudicial do que ele receber por longos períodos uma pequena quantidade de nicotina por adesivos, por exemplo. "As terapias de reposiçao de nicotina sao seguras, nao provocam câncer nem doença respiratória", defendeu o médico, que há 25 anos estuda dependentes da droga.

Fagerström, de 53 anos, criou em 1974 uma escala para medir o nível de dependência à nicotina, que ajuda a definir o melhor tratamento para quem deseja parar de fumar. Ele classifica de um a 10 o grau de dependência da droga a partir de seis perguntas: quanto tempo após acordar o primeiro cigarro é fumado; dos cigarros que fuma, qual teria maior dificuldade de deixar; quantos cigarros você fuma por dia, entre outras. Quanto mais alta a pontuaçao, provavelmente será mais difícil para o paciente deixar de fumar. "Nao é um instrumento preciso, mas um indicador de dependência", afirmou o médico.

Ele aconselha que o fumante interrompa o vício acompanhado de outra pessoa: amigo, marido, mulher, filho. Outra estratégia é escolher um dia especial para parar de fumar. Pode ser a data do aniversário ou o primeiro dia do ano. Anunciar que está tentando deixar o vício e pedir a apoio de amigos, colegas de trabalho e familiares também pode ajudar.

Mas para casos graves de dependência da nicotina, a síndrome de abstinência pode provocar uma recaída. "Algumas pessoas têm de usar terapias de reposiçao de nicotina", afirma.

Fagerström começou a estudar a dependência da droga quatro anos depois que ele mesmo parou de fumar, aos 24 anos. "Eu era um fumante social, talvez estivesse com dois pontos na Escala Fagerström", diz. Para testar a eficácia de sua escala, ele mediu a quantidade de batimentos cardíacos, a temperatura do corpo, além dos sintomas da abstinência.

Pessoas com alta pontuaçao, tiveram reduçao na temperatura do corpo, três dias depois de parar de fumar - período considerado o pico da abstinência -, mas nao apresentaram aumento dos batimentos cardíacos, quando tiveram a nicotina injetada no organismo. "Elas tinham maior resistência a droga", explica o médico. Com esses testes, ele conseguiu a comprovaçao para sua escala.




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