A indústria automobilística espera a aprovação do Rota 2030 com ansiedade. Desde o fim do último ano, quando encerrou-se o Inovar-Auto, o setor atua sem um plano de incentivo federal. Tratativas envolvendo representantes do governo, montadoras, produtoras de peças e trabalhadores ocorrem sistematicamente e a expectativa é que se cumpra o prazo e, até o término deste mês, o acordo seja anunciado.

A informação de que será concedido R$ 1,5 bilhão na forma de incentivo fiscal para desenvolvimento e produção é muito bem-vinda. Este Diário já publicou reportagem na qual o sindicato dos metalúrgicos manifestava o temor de que multinacionais poderiam direcionar seus parques fabris a outros países que oferecem condições mais adequadas de produção, o que agravaria ainda mais a crise local.

 A possibilidade real de implantação do Rota 2030 já mobiliza as fabricantes de veículos. Executivo de multinacional ouvido pela equipe de reportagem destaca a intenção de desenvolver novos projetos em unidade que há mais de 50 anos está instalada na região.

Na prática, isso significa o aumento na oferta de empregos, o que certamente se multiplica por toda a cadeia produtiva, envolvendo autopeças e serviços, entre outros negócios. Além disso, é líquido e certo que são as metalúrgicas que oferecem os postos de trabalho com melhor remuneração.

A produção plena desencadeia espécie de círculo virtuoso que impacta toda a economia local. Se há emprego e renda, o trabalhador se sente mais confortável para ir às compras, adquirir bens com maior valor agregado e, até mesmo, tomar coragem para encarar financiamentos de imóveis ou dos carros que ajuda a montar todos os dias.

A redução de tributos é importante para o Grande ABC como um todo, desde que não seja usada apenas para diminuir os custos de manufatura para elevar o lucro. Precisa também ser voltada à geração de vagas. Essa deve ser a principal bandeira.