A Fiat apresentou ontem, em São Paulo, o novo Ducato Multijet Economy. A linha de vans e furgões fabricados em Sete Lagoas (MG) traz como principal novidade o motor F1A 2.3 Multijet turbodiesel intercooler, desenvolvido pela FPT (Fiat Powertrain Technologies) e que promete economia de combustível de até 10%, em média.

Além de menos beberrão, esse propulsor é 20 quilos mais leve, mais forte e potente que a geração anterior. São 127 cv entregues a 3.600 rpm e torque de 30,7 mkgf disponíveis a 1.800 rpm. Detalhe: entre 1.800 rpm e 2.800 rpm, o bloco trabalha boa parte do tempo em eficiência máxima, evitando as constantes trocas de marchas.

Segundo João Irineu, diretor de engenharia de produto FPT Mercosul, essa nova família de motores - que utiliza a filosofia downsize (motores menores, mais eficientes e econômicos) - pode ser utilizada em outros veículos comerciais leves e até mesmo utilitários. E devido ao seu tamanho reduzido, o propulsor pode ser acoplado de forma transversal ou longitudinal, de acordo com a necessidade do modelo.

Para melhor entendermos esses números, resolvemos dar uma volta com uma das oito versões da Ducato. Escolhemos a Cargo L 9,0 m³, ideal para o transporte de cargas.

Mas antes que venham as dúvidas, vamos aos esclarecimentos. Em termos de design externo, acabamento interno, equipamentos e até mesmo alguns ajustes mecânicos, como relação de marchas e acerto de suspensão, o Ducato não passou por modificações. É exatamente igual à versão 2009.

O primeiro ponto positivo do furgão é o acesso. Com porta grande e degrau bem localizado, a uma altura ideal, ficou fácil pular para dentro do veículo. A posição ao dirigir também agradou, graças aos ajustes de altura do banco do motorista e do volante.

Antes de sair acelerando, atenção: o freio de mão está localizado do lado esquerdo, e não direito.

Rodando, o Ducato volta a surpreender. O silêncio dentro da cabine supera as expectativas. O barulho característico dos comerciais leves e utilitários a diesel passava despercebido enquanto conversávamos com os demais companheiros de test drive.

Nas apertadas ruas e avenidas da região do bairro Morumbi, em São Paulo, o furgão mostrou desenvoltura. Vazio, ele correspondeu satisfatoriamente às acelerações e retomadas. Na Marginal do Pinheiros, trafegando a 90 km/h, o conta-giros apontava 2.000 rpm.

O câmbio de cinco marchas, localizado no painel central, tem engates curtos e precisos. Os pedais são moles, privilegiando o conforto de quem passa o dia dirigindo. A suspensão é firme, porém sob medida para não causar desconforto.

Entre os equipamentos de série, destaque apenas para a direção hidráulica e os freios a disco nas quatro rodas. Kit elétrico (vidros dianteiros, travas e retrovisores), ar-condicionado e faróis de neblina são opcionais. O Kit HSD (air bag duplo + ABS) sai por R$ 3.700.

No Brasil desde 1997, quando ainda era importada, o Ducato chega à versão 2010 em grande forma, principalmente respeitando o bolso de quem trabalha com vans e furgões.