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Paraíso às margens da represa

Em Ribeirão Pires, Templo Luz do Oriente deve ser aberto ao público no primeiro semestre

Miriam Gimenes
01/02/2018 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Declarado patrimônio mundial pela Unesco em 1993, o Templo Horyu, na cidade de Nara, é um dos mais famosos do Japão. E foi inspirado em uma de suas torres que o Templo Luz do Oriente, em Ribeirão Pires, ‘ganhou’ a Torre de Miroku, construção de 32 metros de altura que fica às margens da Represa Billings e chama atenção pela sua beleza. O local deve ser aberto para visitação ainda no primeiro semestre deste ano.

O líder religioso da Luz do Oriente, o reverendo Hiroki Nakahashi, conta que a ideia de construir o templo surgiu com seu pai, Minoru Nakahashi, que veio do Japão em 1955 e trouxe com ele a religião messiânica. “A ideia era trazer essa religiosidade do Japão. A própria fé em Kannon (Deusa da Misericórdia) é fruto de tudo isso. Com o falecimento dele (em 2012) estamos continuando o trabalho que ele tanto queria.”

A escolha de replicar a construção japonesa, segundo ele, é por conta de sua importância. “É a primeira torre feita no Japão e é uma das mais bem elaboradas em termos estéticos. A gente queria muito trazer essa beleza para cá e a nossa tem um pouquinho a mais, porque o telhado de ouro que temos aqui não tem na de lá.”

A de Ribeirão, que tem cinco andares, de fato, não fica atrás da japonesa em nada, Para sua construção, que levou 14 anos – depois só foram feitos os detalhes –, não foi usado nenhum prego nem parafuso (tudo encaixe entre vigas de madeira e concreto, método japonês), foram usadas 13 mil telhas, todas feitas no local, além de 400 toneladas de madeira.

E o seu interior – que não pode ser fotografado, a fim de preservar a divindade – é um espetáculo à parte. Como protagonista, está a estátua da Deusa Kannon, confeccionada em madeira lá mesmo durante dois anos e outras 18 réplicas, todas banhadas a ouro, a exemplo do telhado. O pó, destaca Hiroki, foi importado do Japão.

E só foi possível concretizar o sonho do reverendo Nakahashi por conta da comunidade messiânica no Brasil. Cerca de 100 famílias (de Cubatão, Santa Catarina, Espírito Santo e São Paulo) ajudaram na construção e custeio, este último abastecido com a ajuda do empresário Gilberto Bomeny, um dos sócios do World Trade Center. Foi ele quem cedeu o terreno onde o templo foi erguido.

ACESSO
Em uma visita experimental, a qual o Diário participou, uma embarcação com decoração japonesa saiu da Marina do Tahiti Náutica Clube, em Ribeirão, e levou os visitantes para o templo, em um trajeto de cerca de 15 minutos. O percurso – que será cobrado, mas ainda não se sabe o valor – foi ideal para entrar na atmosfera diferenciada do lugar. É bonito ver a torre reluzente surgindo por trás da montanha. “O nosso objetivo é que a pessoa tenha um dia de monge, de tranquilidade. Além de absorver toda essa energia da natureza, das divindades, o visitante também poderá experimentar uma comida natural e ver que tem um outro tipo de vida também.”

A previsão, segundo Nakahashi, é a de que o templo abra para visitas ainda neste semestre. É que ainda faltam alguns reparos, entre eles a construção de uma rampa de acessibilidade para subir para a torre, já que, por enquanto, isso pode ser feito apenas após os 75 degraus da escadaria.




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