Na madrugada de quinta-feira os bombeiros vistoriaram a estrutura do edifício, que já havia apresentado problemas — os moradores se queixavam de estalos nas estruturas. O prédio não foi interditado pela Defesa Civil porque os técnicos acreditaram que não havia risco iminente de desabamento, apesar de terem encontrado fissuras na caixa d'água.

Os moradores foram orientados a deixar suas casas na quinta-feira, mas o porteiro Antônio Felix dos Santos, 38 anos, dois funcionários da empresa que reformava o edifício e um bombeiro que fazia um 'bico' ficaram no local. O corpo já encontrado é do porteiro, que aparentemente tentou sair do prédio na hora do desabamento.

A possibilidade de que os três homens que ainda estão soterrados sejam encontrados com vida é remota.

Dois funcionários que trabalhavam na obra ficaram feridos ao serem atropelados na avenida em frente ao prédio. Eles saíram correndo para fugir do desabamento e acabaram atingidos por veículos — um deles sofreu traumatismo craniano e ambos estão em estado de choque.

Os trabalhos dos oficiais do Corpo de Bombeiros se concentram na partição dos blocos de concretos grandes para chegar nos blocos menores. A ação é prejudicada pela caixa d'água de 36 toneladas do edifício, que ameaça cair sobre os prédios vizinhos. Ela está amarrada com cabos de aço presos a retroescavadeiras.

Uma comissão designada pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) será formada para tentar descobrir a causa do desabamento.

Vizinhos- Após o desabamento e durante toda a madrugada equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar retiraram escombros do local. O trânsito em grande parte da avenida Bernardo Vieira de Melo foi interditado. Um prédio vizinho teve sua estrutura abalada e os moradores tiveram que deixar os apartamentos.

O edifício Areia Branca foi o quinto a cair na região metropolitana do Recife nos últimos sete anos.