Após quase uma semana inteira de chuvas intermitentes, o sol voltou a aparecer entre nuvens e pancadas isoladas em boa parte do Estado de São Paulo. Segundo o metereologista Marcos Sanches, do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), a tendência é de diminuição na intensidade das águas a partir desta terça-feira.

Sanches informou que, desde o dia 31 de dezembro, o índice pluviométrico da área mais atingida - norte do Estado, próximo à região do Triângulo Mineiro - chegou a 186 milímetros.

Entretanto, disse Sanches, as chuvas fortes deverão continuar em outras áreas da região Sudeste, como Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro. Ele explicou que o mau tempo tem sido provocado pela umidade vinda da região amazônica e que, além desse fenômeno, houve a passagem de uma frente fria.

Em todo o Estado, já morreram cinco pessoas em conseqüência dos temporais. O último balanço da Defesa Civil estadual indica estragos maiores na região de municípios como Bauru, Jaú, Sorocaba e Marília. Quase duas mil pessoas tiveram de deixar suas casas e estão em alojamentos públicos ou abrigadas em casa de amigos ou parentes.

Em Getulina, na região de Bauru, a prefeitura decretou estado de emergência. O prefeito Manoel Rogério Miotello informou que lá existem cerca de 60 desabrigados, tendo sido atingidas 20 casas. “Chegamos a  ficar ilhados”, lamentou o prefeito,  ao informar que a principal via de acesso, a rodovia Transbrasiliana (BR-153), permanece interditada em um trecho de cerca de cinco quilômetros, onde foi aberta uma cratera. Há também duas cabeceiras de pontes arrastadas pelas enxurradas.

De acordo com o prefeito, em duas horas choveu cerca de 150 milímetros no último sábado, “deixando um rastro desolador”. Nesta segunda-feira, muitos moradores ainda tiravam lama de suas casas. Miotello solicitou auxílio da Defesa Civil do Estado com alimentos , colchões e cobertores para atender aos desabrigados.

Na região de Franca, próximo ao município de Restinga, foi necessário criar um desvio na rodovia Candido Portinari, que liga Ribeirão Preto ao Triângulo Mineiro. Os motoristas que seguem para Franca pela pista norte são obrigados a trafegar cerca de um quilômetro numa das faixas da pista sul (sentido contrário). De acordo com a concessionária Autovias, que administra a estrada, o excesso de chuvas danificou o asfalto e, além disso, o solo está encharcado.

Em Jaú, houve rompimento de uma das três barreiras na usina de açúcar e álcool Lambari, causando inundação em seis chácaras de veraneio. Não houve registro de vítimas, apenas danos materiais.