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Hortifrutis registram alta de 18,72% na região
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
01/03/2010 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


A trégua das chuvas em fevereiro não foi suficiente para melhorar os preços dos hortifrutis para os consumidores do Grande ABC. Segundo pesquisa da Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), os custos dos produtos aumentaram 18,72% nesta semana. Batata, banana e alface foram os principais vilões para o bolso da região.

Tomate, cebola e vagem também devem sair com preços cerca de 30% mais altos nos próximos dias, de acordo com comerciantes atacadistas. "A qualidade ainda está ruim por causa do mal tempo. Os poucos itens que chegam acabam saindo mais caros", diz Carlinhos Gedebê, vendedor de legumes e verduras.

Nelson Sakamoto explica que o valor do tomate subirá porque as chuvas atrapalham produtores na passagem de inseticidas, o que faz com que o item estrague antes de chegar ao consumidor final. "Quando não molha e apodrece no transporte, chega para venda cheio de bichos. Perdemos grande parte antes de conseguir comercializar", justifica o comerciante.

Segundo Pedro Ruiz, proprietário de uma barraca de legumes no espaço, a baixa qualidade atrapalha nos lucros. "Quem vem comprar três quilos, leva menos de um, quando vê como está ruim. O pior é que os preços vão aumentar ainda mais. As chuvas fizeram com que produtores atrasassem novas plantações", avalia.

Nos quiosques de frutas, as altas também geram prejuízo. a maior reclamação vem dos custos da laranja, maracujá e banana. "O maracujá aumentou 20%, mas é por causa da entressafra. Mas apesar da oscilação, nossas vendas não caem", declara Moacir Mendes.

Carlos Tom, presidente da Asfema (Associação dos feirantes de Mauá) e dono de uma barraca de bananas, diz que apesar da variação de 31,3% no valor da banana, a alta deve ser ainda maior nas próximas semanas. "Com a enchente, perdemos 12 milhões de pés de banana. Começaremos a trazer produtos de Santa Catarina e Norte de Minas Gerais para evitar que falte aqui. O frete pesa para os comerciantes e tem de ser repassado para o consumidor."

Apesar de apresentar alta na pesquisa da Craisa, a alface foi vendida neste fim de semana por R$ 3,50, contra os R$ 4 praticados na semana anterior. "Repolho, couve, folhas em geral ainda estão caras, mas a alface melhorou. Já conseguimos repassar isso para o cliente", disse o feirante.

Mercado - Além da variação dos hortifrutis, o índice semanal da Craisa aponta que vários produtos da cesta básica tiveram aumento nesta semana. As altas mais acentuadas foram do açúcar (14,01%), carne bovina e frango (10%), pão (9,09%), leite (6,54%) e arroz (4,40%). O varejo espera que os preços subam mais 20% na primeira quinzena de março.

Aumento dificulta na hora de substituir produtos na mesa
Com a expectativa de alta de 30% no valor do tomate, prevista para esta semana, as consumidoras do Grande ABC afirmam que ficarão sem opções na hora de substituir na mesa produtos em alta.

A variação e a péssima qualidade do alface tornou rotina na hora de fazer feira a troca da hortaliça pelo tomate, que agora também começa a oscilar. "O tomate está feio, e está mais caro, mas não tanto quanto o alface. Por enquanto ainda é opção na hora de substituir, mas pelo jeito, não vai durar muito", reclama a professora Lúcia Ferreira de Souza, moradora de Mauá.

Para garantir a diversidade na mesa, a dona de casa Ana Claudia de Almeida prefere levar tudo, mas em menos quantidade. "Compro verdura, tomate. Mas é aquela coisa, pago um pouco mais e levo um pouco menos. não dá para ficar sem alface nesse calor", diz.

Apesar de as hortaliças começarem a registrar preços mais baixos, a secretária Sandra Dominicheli ainda tem evitado o alface pela baixa qualidade da verdura. "Ou as folhas estão todas enferrujadas, ou o pé está murcho. Quando compro, aproveito um pouco e jogo todo o resto fora. Tenho substituído por escarola, porque as folhas são mais fortes e não estragam tão fácil." Nesta semana, a secretária também descartou a compra do tomate pela qualidade baixa. "Todos os legumes estão caros e feios", completa.




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