O setor de restaurantes do Riacho Grande é um dos mais tradicionais e visitados da região. Com a perspectiva de revitalizações marcadas para este ano e com novas empresas procurando firmar terreno no bairro, o destino é o crescimento, segundo o presidente da Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Wilson Bianchi. "A rota de restaurantes lá é fantástica", exemplifica.

Junto ao desenvolvimento, há novos postos de trabalho para serem abertos. Porém, a falta de mão de obra pode comprometer esse florescimento. Pensando nisso, a prefeitura de São Bernardo, junto à Sehal, vai inaugurar no fim do terceiro bimestre uma escola de gastronomia para qualificar os trabalhadores do setor de hotelaria e alimentação. Mas algumas atividades terão início a partir de amanhã, segundo Bianchi.

O representante frisa que a capacitação irá suprir as necessidades de profissionais que o Riacho já sente. "Quando se abre um restaurante, o empresário precisa de absolutamente tudo. Essa mão de obra é escassa; boa é mais rara ainda", diz. Bianchi estima que, até março, a nova escola atenda 300 alunos.

Exemplo desse otimismo vem da experiência feita recentemente no bairro. O Festival do Peixe, realizado em novembro e dezembro, deu fôlego aos empresários do ramo e foi considerado sucesso. "Pudemos apurar que o evento contou com mais de 20 restaurantes, ampliando em 20% o faturamento desses locais", defende o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de São Bernardo, Ronaldo Tadeu.

AMPLIAÇÃO - O empresário Glauco Tabet, proprietário do restaurante inspirado em culinária asiática, mudou de local. Ele conta ainda que decidiu ampliar o espaço devido à maior movimentação que tem experimentado durante toda a semana. Hoje, a capacidade do lugar saltou de 50 para 110 lugares, além de conter um estacionamento.

"Acreditamos que o Riacho vá florescer muito nos próximos dois ou três anos. Os empresários investem muito em ecoturismo e veraneio. O local traz essas possibilidades", conta. Com facilidade no acesso ao bairro, trazida com o Rodoanel, Tabet notou que tem atendido pessoas de mais de dez cidades, como Guarulhos.

O que falta para coroar o bom momento, segundo o empresário, é que as pessoas "botem fé" no bairro. "Acho que, para a área vingar, falta na verdade que se pare com os estigmas sobre o lugar. Aqui é uma área estratégica para se visitar. Do centro de São Bernardo você demora mais tempo para ir ao Rudge Ramos do que para vir ao Riacho", compara o empresário.