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Inbra embarca veículos blindados para o Oriente Médio
Rosângela Barbalacco
Especial para o Diário
13/11/2004 | 16:13
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A Inbrablindados, de Mauá, empresa do grupo Inbrafiltro, embarca na próxima semana um Land Rover blindado para o Oriente Médio. Trata-se de contrato que prevê a exportação mensal, a partir de dezembro, de 20 a 30 blindados para a mesma região. Ricardo Venturini, diretor comercial da empresa, acredita que as vendas podem alavancar em cerca de 20% o faturamento da unidade em 2005 – que neste ano deve faturar R$ 16 milhões.

“O Land Rover é um protótipo de desenvolvimento produtivo, um material promocional”, afirma Venturini. Os veículos são considerados semimilitares. Os blindados exportados incluem peruas e veículos fora-de-estrada, entre outros.

Venturini diz que a procura por empresas de blindagem é crescente. “O mundo todo demanda por proteção balística”, garante. Em relação à qualidade, ele afirma que o país não deve nada aos blindadores norte-americanos ou europeus. O Brasil é, segundo os especialistas no setor, o segundo país no mundo em blindagem – só perde para o México.

O grupo Inbra tem cinco unidades (Inbrafiltro, Inbratêxtil, Inbrablindados, Inbraglass e Inbraaerospace), todas localizadas em Mauá, e deve faturar R$ 40 milhões neste ano. “Somos a maior indústria de componentes de segurança da América Latina”, afirmou Irene Sposito, gerente comercial e de marketing. A holding detém 30% do mercado de blindagem de veículos do país. O Grupo, por sua vez, possui 400 funcionários e começou há 25 anos, produzindo filtros industriais, como uma empresa familiar.

Delaminação – De acordo com Irene, o que mais atraiu os consumidores do Oriente foram os vidros blindados que não delaminam. O processo ocorre quando os vidros blindados se desagregam por causa de bruscas mudanças de temperatura, o que compromete a segurança e a visibilidade do produto.

“O vidro blindado comum tem vida curta, já que, após dois a três anos, começa o processo de delaminação. Nosso produto resolve um dos problemas mais graves no Oriente Médio para carros blindados, uma vez que as variações de temperaturas são constantes lá”, diz.

Irene diz que, para contornar a delaminação, a empresa desenvolveu um polímero resistente. “O produto é resultado de desenvolvimento tecnológico do laboratório da Inbra, totalmente criado por engenheiros brasileiros”, diz.

Lançado em maio, o vidro somente foi apresentado no Salão do Automóvel, encerrado no último dia 31, em São Paulo. “A expectativa é de que outros países comecem a nós contatar, já que a patente será nossa por um bom tempo. O mercado interno começou a fazer pedidos”, afirma. O desenvolvimento do produto consumiu dez anos. Segundo Irene, o preço do vidro desenvolvido pela Inbra é o mesmo dos outros.




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